O pequeno arquitecto revelou hoje uma vocação desconhecida. Na rubrica que escreve no Sol, a que pôs o nome, certamente para gozar connosco, Política a Sério, fala de um “diabo no meio do Atlântico”. O diabo, como já adivinharam, é o próprio Alberto João Jardim, que, aliás, ocupa meia página, numa fotografia em que empunha um papel a pedir palmas e que nos faz pensar sobre o motivo que levou Milos Forman a convidar Jack Nicholson para protagonizar Voando sobre um Ninho de Cucos.
Saraiva explica, na sua coluna, como se faz. Alberto João convive mal com a democracia? O melhor exorcismo é não fazer nada, não diabolizar. O pequeno arquitecto prefere até criticar quem denuncia as ameaças separatistas e as arruaças de Jardim, fazendo aí a ponte para um arremedo de psicanálise: quem dá importância ao soba está a tentar superar as suas frustrações e os seus traumas.
Aquilo que o pequeno arquitecto ignora é que, num país democrático, ninguém está acima da lei. Mesmo que isso não convenha àquele que o pequeno arquitecto quer agradar — Marques Mendes, o cavaleiro da moralidade, que gosta sempre de abrir uma pequenina excepção insular.
O escrito de Saraiva tem só um problema. Os dotes que revela como exorcista amador e psicanalista incipiente não têm correspondência na defesa do Estado de direito.
PS — Ao pequeno arquitecto Saraiva, uma sugestão: não escreva exorcizar com S, porque lhe fica mal. É que há gralhas e gralhas e esta é uma das que se topa ser fruto de ignorância ortográfica. Use um dicionário ou um prontuário. A bem dos exorcismos.
2 comentários :
A bem do exorcismo, habemus papam...
Será que os aventais também exorcizam?
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