A palavra aos leitores – Ainda sobre os conselheiros do CSMP escolhidos pelo poder político

Extracto de um e-mail recebido:

"(…) desperta muito interesse a discussão que esse e outros blogs vêm mantendo em torno dos mecanismos formais da eleição do Vice-PGR. Porém, sublinho que essa discussão pode fazer perder de vista o essencial, que é a circunstância de, atendendo à sua composição, o CSMP ser dominado pela corporação. Além de o MP estar em maioria nesse órgão, alguns dos putativos conselheiros indicados pelo poder político têm fortes ligações pessoais ao MP, como é o caso de Rodrigues Maximiano e Paz Ferreira, cônjuges de duas magistradas com notório interesse nas mudanças em curso.
Sei que o Miguel Abrantes já tinha referido estas ligações perigosas. Como também já havia referido a proximidade de João Correia ao MP. Mas, no caso de João Correia, convém que saiba que ele não se limita a manter apenas relações com o Sindicato de António Francisco de Araújo Lima Cluny. João Correia angaria também por lá uma clientela selecta entre os magistrados do MP (...).
Entre os seus clientes mais notáveis, conta-se [um procurador] (...) cujas "extravagâncias" são conhecidas nos tribunais, como a de ter reunido os seus funcionários para os "convidar" a depor contra a ex-mulher. (...) Conhecido também por estar convencido que é descendente directo de Abraão, este procurador colocou no seu gabinete uma bandeirinha dos Estados Unidos da América quando se deu a invasão do Iraque. E ocultou a Souto Moura a detenção de uma personalidade conhecida, confidenciando no círculo dos mais próximos que não lho tinha comunicado porque, embora boa pessoa, o ex-PGR era muito linguareiro.
Como vê, meu caro Abrantes, João Correia faz-se acompanhar da fina-flor do MP. O artigo que ele escreveu para o Diário de Notícias é por isso uma pura mistificação."