sábado, dezembro 30, 2006

Contradições

Já o Novo Catecismo, no tempo de João Paulo II, depois de condenar o aborto, defendia que a pena de morte era compreensível em situações extremas. Esta contradição continua a fazer-se sentir.

Vários opositores da despenalização da interrupção voluntária da gravidez mostram-se compreensivos em relação à execução de Saddam Hussein. Então em que ficamos: a vida não é sempre sagrada? Será que o afinco com que se dedicam à causa não tem nada a ver com o amor ao próximo? É de esperar que não cheguem ao extremo da ultradireita norte-americana, que desata aos tiros nos hospitais em que se pratica a interrupção voluntária da gravidez: matar para "defender" a vida.

14 comentários :

Anónimo disse...

Há velhacos dos 2 lados.

Zé Maria disse...

Subscrevo, se me permite. Ponto final.
Como é habitual, meu caro Miguel Abrantes, na "mouche".
Aproveito para desejar um óptimo 2007.

Anónimo disse...

Tem razão. O velho catecismo tem de retirar a possibilidade de matar ao estado, mesmo em caso de velhacos como o Sadam, tal como a nega à mãe de matar o filho no próprio ventre.

Tristes barbaridades...

Anónimo disse...

O comentador anterior é um hipócrita !

Anónimo disse...

Hipócrita é alguém defender a pena de morte e ser contra o aborto ou vice-versa...

Não me parece ser tal caso.

Mas falar de hipocrisia no CC parece-me um pouco demais - daqui a pouco ainda falamos no Freeport, SCUT's, Ota ou outras que tais...

Anónimo disse...

"Já o Novo Catecismo, no tempo de João Paulo II, depois de condenar o aborto, defendia que a pena de morte era compreensível em situações extremas. Esta contradição continua a fazer-se sentir."

achei estranho, fui procurar e encontrei isto:
"§2258 "A vida humana é sagrada porque desde sua origem ela encerra a ação criadora de Deus e permanece para sempre numa relação especial com o Criador, seu único fim. Só Deus é o dono da vida, do começo ao fim; ninguém, em nenhuma circunstância, pode reivindicar para si o direito de destruir diretamente um ser humano inocente."

...

Anónimo disse...

Beatos de sacristia são os/as mais viciosos.

Anónimo disse...

E as crianças enterradas pelas freiras nos conventos?

Portas e Travessas.sa disse...

E as crianças enterradas nos conventos - nem de proposito, defendia esta manhã essa realidade.

Não sou catolico de qualquer natureza, mas em certos casos defendo a pena de morte - não acredito que se o Hitler não tivesse suicidado não teria sido condenado á pena maior.

Saddam foi condenado á forca por um tribunal Iraquiano, não pela invasão do Kweit, mas por 138 curdos esgasiados com gaz mostarda.

Não se pode ter contemplaçoes com assassinos em massa - por um lado chamar-lhe sanguinario e por outro pô-lo numa requintada cadeia, comidos e bebidos, com televisão na cela.

Quanto ao aborto, sou pelo sim, caso vença o não, o aborto continuara nas mãos das curiosas em vaõs de escada.

Ja agora, sou pela legalização da prostituição e pela venda legal da droga leve.

Porque havemos de estar a esconder a realidade?

Um bom ano 2007 e que os Portugueses/as, não se diferenciem por uns serem de 1ª categoria e a grande maioria seja de 2ª, e nalguns casos temos cidadãos e cidadãs que deram muito a este País, mas que vive ainda na idade media - eu tenho vergonha para alem de me chamarem mafioso, trenham um desplante de me dizerem nas trombas que Portugal é um País do 3º mundo, embora não gostasse, o casal Frances espelhou a nossa realidade.

2007 seja o ano das dolorosas reformas.

A 1ª que seja instituido o despedimento com justa causa para a função publica.

Quem se demite das suas funções, é inscrito no centro de emprego da area.

Que seja feita a revisão das reformas a 100% e daqueles que teoricamente dizem que é 80%.

Que aos trabalhadores por conta de outrem, seja atribuído 75% do custo para tratamento ds dentes e compra de oculos - por mim, não pedirei um centimo, pagarei como ate aqui do meu bolso e na hora.

Que Portugal faça dos portugueses, em 2007, um povo alegre.

Anónimo disse...

Há mesmo opositores do aborto que defendam a pena de morte? Mas a haver, isso só mostra contradição para esses opositores, não para todos.

Jaime
www.blog.jaimegaspar.com

Anónimo disse...

POr falar em contradições: afinal o Miguel (que é pro-choice..., isto é, vai votar sim no referendo do aborto) é a favor ou contra a pena de morte?

Miguel Abrantes disse...

Fernando (Dom Dez 31, 04:40:21 PM):

Voto sim no referendo. Absolutamente contra a pena de morte, em qualquer circunstância. Não tinha ainda percebido do que escrevo?

Anónimo disse...

voto sim no referendo. Aproveito daqui enviar ao Miguel, as melhores saudações e desejos de bom ano de 2007, para que continue na luta pela necessaria verdade na nossa (in)justiça.
kavako

Anónimo disse...

Caro Miguel: embora não sendo o Fernando, conheço-o e este manda perguntar quando é que lhe responde à seu e-mail.

É claro que percebi que vai votar sim no referendo do aborto e que é contra a pena de morte... o que é, se calhar, uma lindíssima hipocrisia. Mas há gostos para tudo - o exemplo dos pro-life que assassinam médicos de clínicas de aborto é outro exemplo de pessoas que não percebem bem os argumentos que defendem...