sexta-feira, janeiro 05, 2007

Ainda o Envelope 9

Ao ser ouvida na Assembleia da República, uma técnica da PT veio revelar que, na sua empresa, os procedimentos relativos aos dados de tráfego (vulgo, facturações detalhadas) eram cumpridos sem as mais elementares cautelas. Ela própria assume ter organizado o ficheiro com os dados relativos ao Envelope 9, sem eliminar a informação sobre os números de telefone não solicitados.

Apesar da alegria do José, que logo se apressou a deitar foguetes, fazer a festa e ir buscar as canas, antes até da publicação da notícia nos jornais (a sua ânsia, José, é tal que seguiu a inquirição em tempo real?), convém fazer uma revisão da "matéria dada":

    1. Alguém explicou já por que foi dada uma listagem dos telefonemas em disquete, quando o procedimento habitual era fornecer esses elementos em suporte de papel?

    2. Estando sob escuta as pessoas cujo tráfego de chamadas se pretendia conhecer, e saindo em suporte de papel a listagem das pessoas que são escutadas de forma automática (como sabe qualquer investigador da polícia), qual era o interesse de dispor dos elementos em disquete?

    3. Para que serviu a tal enigmática reunião/encontro no corredor/gabinete com os delegados/procuradores do processo, que proporcionou momentos hilariantes (cf. aqui, aqui e aqui) na Assembleia da República?

    4. Como se explica que um magistrado judicial (Rui Teixeira) e um magistrado do Ministério Público (João Guerra), com responsabilidades no processo, "não tenham percebido o que se passava", quando são entendidos em informática?

    5. É ou não verdade que os investigadores do processo tinham um programa informático que lhes permitia analisar ou cruzar chamadas feitas e recebidas para melhor compreensão do tráfego de chamadas?

Todas estas perguntas estão à espera de resposta. O depoimento que causa tanta alegria ao José só vem adensar as dúvidas. É que não deixa de ser curioso que uma funcionária da PT tenha mostrado tanto empenho em "responsabilizar" a sua empresa e tentar desresponsabilizar os magistrados e investigadores do processo.

O José não resiste ainda a dar uma bicada no Dr. Sampaio. Tanta ingratidão faz impressão. Então o Dr. Sampaio, que segurou o pesado fardo que dá pelo nome de Souto Moura, ainda é criticado por se ter atrevido a pedir esclarecimentos no caso do Envelope 9? Mas esteja o José descansado que o ex-presidente já prometeu que não dará cotoveladas a ninguém.

24 comentários :

Anónimo disse...

Ó Abrantes tu para além de ignorante és mal formado.
Os magistrados não sabiam da existência dos outros números de telefone porque, como já foi dito e redito, mesmo para quem percebesse de informática, tais números só estarima acessíveis para quem os procurasse, através de uma opção do programa.
Dito de outro modo.Só acederia aos outros números quem tivesse sido alertado para a sua existência ou, por mero acaso, tivesse feito a opção que permitia aceder a esses números.
Quem de boa fé, apenas quisesse ver os números que interessavam ao proceeso não necessitava da outra opçõa de visualização.
Percebes?

Anónimo disse...

só estariam acessíveis...

Anónimo disse...

O estranho não é a funcionária tentar responsabizar a empresa que lhe dá emprego.
O estranho é tu, ó Abrantes, não admitires que ela está, pura e simplesmente, a falar verdade.

Anónimo disse...

O Abrantes preferia que a empregada da PT mentisse.
É essa a mentalidade dele, que se há-de fazer?

Anónimo disse...

O João Guerra, um ás em informática?!
O tipo nem computador usava...

Anónimo disse...

A aflição de certos magistrados é notória quando se fala deste tema... A comissão parlamentar de inquérito nunca deveria ter existido! E o Miguel Abrantes também não!

Assim dormiríamos todos o sono dos inocentes...

Anónimo disse...

Sex Jan 05, 05:48:18 PM

O João Guerra já comenta?

Anónimo disse...

As perguntas vão reduzindo. Agora já são apenas 5. E mesmo assim são todas desnecessárias, para quem entenda as coisas e queira ler o que já existe publicado.

Quem não entende, é como dantes se dizia: chapéu! Nunca entenderá, a não ser que lhes mostrem com desenhos explicativos, gráficos e ainda muita paciência.
Mesmo assim, é provável que não cheguem lá.

Anónimo disse...

a comissão parlamentar de inquérito é capaz de lá chegar .... tenham calma .... isto ainda não é Guantamano .... o joão guerra há-de explicar os métodos expeditos a que recorreu .... enfim, atrás do tempo vem tempo ....

Anónimo disse...

Ainda é preciso dizer mais uma coisa em favor de Jorge Sampaio:
ontem, na entrevista na RTP1 disse que ao contrário do que disseram alguns comentadores( neste blog, por exemplo) nunca fez um ultimato ao procurador geral da república, Souto Moura a propósito do caso.
Pediu urgência, somente.

Anónimo disse...

E disse ainda que Souto Moura tinha sido um bom procurador geral.
Sampaio é cínico?

Anónimo disse...

Afinal o Jorge Sampaio é um gajo porreirinho! Ele só pediu conclusões "a curtíssimo prazo".
E o Souto Moura cumpriu!

Anónimo disse...

Quando até o Souto Moura o finta o melhor qualificativo para o Sampaio não "cínico" .... Será, será ....

Anónimo disse...

Esta coisa está animada, parece que lhes tocaram num dos pontos fracos, ai parece parece.

Anónimo disse...

eu cá ainda ei-de saber a verdade sobre o envelope 9 mas sobre camarate já não tenho fé

Anónimo disse...

Não queiram descobrir os mistérios.

Anónimo disse...

OOOOPPPPPPPSSSS que a rapaziada está brava !!!!!!!!!!!!

Portas e Travessas.sa disse...

Não pediu urgencia, pois não, deu-lhe um prazo bem longo, tão longo, que as listagens ja andavam no y tube.

O Palacio devia ser fechado e desparatisado, de microfones e de mosquitos.

Portas e Travessas.sa disse...

Ao que me chegou aos ouvidos o João Guerra esta a preparar a mota para o Paris - Dakar

Anónimo disse...

Abrantes e Trócates só dizem mentiras

Anónimo disse...

Ó anónimo do dia 5 às 5.49:
Mas a comissão parlamentar mete medo a alguém e sobretudo aos magistrados?
Pode afligir pela falta de resultados; agora, meter medo?
Toma juízo.
Ninguém tem medo dos políticos.
A única coisa que os políticos suscitam, por regra, é falta de respeito. Porque também, de uma maneira geral,não se respeitam nem respeitam ninguém. Por actos, palavras e omissões.

Anónimo disse...

Ó anónimo Sáb Jan 06, 01:49:49 AM:

O que tu querias mesmo era uma república de juizes e delegados do MP não era?

Anónimo disse...

http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2007&m=01&d=06&uid=&id=115390&sid=12770


Magistrado está sob investigação


Transferido o procurador que tratava do caso Apito Dourado na Madeira
António Arnaldo Mesquita e Tânia Laranjo


Estava em casa do presidente da equipa do Nacional quando a Polícia Judiciária efectuou uma busca

Carlos Santos, o procurador da República que coordenava as investigações das certidões do Apito Dourado na Madeira, foi anteontem transferido do Funchal para o Tribunal de Família e Menores do Porto. O magistrado está a ser alvo de um processo disciplinar no Conselho Superior do Ministério Público, cujo relatório final está agora a ser analisado.
Segundo o PÚBLICO apurou, o comportamento do magistrado, cuja vaga ainda não foi preenchida, motivou polémicas. Por exemplo, um deputado do PS da Madeira denunciou as alegadas ligações perigosas entre Carlos Santos e o presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim.
Tudo se terá complicado ainda mais quando a Polícia Judiciária (PJ) fez uma busca domiciliária na residência de Rui Alves, presidente do Nacional. Na casa, estava o procurador da República, acabado de regressar de Lisboa, aonde se deslocara para assistir a um jogo disputado pelo Nacional, no Estádio da Luz. A diligência foi atribulada e os investigadores só conseguiram entrar na casa de Rui Alves após terem ameaçado que arrombariam a porta. A intimação foi levada a sério e, quando o acesso foi franqueado à Polícia Judiciária, Carlos Santos acabaria por abandonar o local, desinteressando-se da diligência.

Escutas na fase final
Baseadas em telefonemas escutados no último mês antes da operação Apito Dourado ter sido desencadeada, em Abril de 2004, foram remetidas de Gondomar para a Madeira cerca de uma dezena de certidões, relacionadas com desafios do Marítimo e do Nacional, para a Superliga, e de dois clubes locais da III Divisão, Santana e Machico.
Até agora, só terão sido concluídos dois inquéritos, um dos quais pendente na comarca do Funchal e relativo ao jogo Marítimo-Nacional, disputado em 19 de Abril de 2004. António Henriques, vogal da comissão de arbitragem, e Manuel Martim dos Santos, à data árbitro de primeira categoria, foram acusados de corrupção desportiva e requereram instrução.
Segundo o Ministério Público, António Henriques terá pedido a Martins dos Santos para beneficiar o Marítimo e, em contrapartida, o filho de Martins dos Santos, também árbitro, poderia ascender à 2.ª categoria. "Consegue-me dar essa graça? Que eu responsabilizo-me pela outra", assegurou Martins dos Santos.

Anónimo disse...

Quem o acompanha parece-me que você perdeu um bocado o passo nesta posta
Eu estou de acordo consigo desde o início
Só espero é que a inteligenzia leia este blogue para se esclarecer
Para saber o que perguntar
Vai levar tempo
Mas, que diabo, já hà matéria