Vários comentadores deste post têm procurado descobrir uma contradição entre os meus pontos de vista sobre o aborto e a pena de morte. Que fique claro: não aceito a pena de morte em nenhuma circunstância. Relativamente ao aborto, considero-o mau, mas limito-me a dizer que, em certos casos, é um mal menor — e não quero mandar para a prisão as mulheres que abortam nesses casos.
Deixo uma pergunta: com que fundamento não metafísico pode defender-se que a vida de um óvulo fecundado e de um ser humano já nascido têm o mesmo valor?
Talvez este senhor, que faz uma comparação de rara beleza entre malfeitorias tributárias do Estado e a aplicação da pena de morte, tenha resposta.
Deixo uma pergunta: com que fundamento não metafísico pode defender-se que a vida de um óvulo fecundado e de um ser humano já nascido têm o mesmo valor?
Talvez este senhor, que faz uma comparação de rara beleza entre malfeitorias tributárias do Estado e a aplicação da pena de morte, tenha resposta.
6 comentários :
Embora não respondendo aos e-mails, o Miguel lá vai respondendo (como pode) às questões que lhe colocam. Afinal há um bocadinho de contradição entre defender o valor da vida humana no caso do aborto e no caso da pena de morte no fio de pensamento do Miguel.
Até o singelo reducionismo do uma vida humana a um "óvulo fecundado" (será esse o caso de um ser humano com 10 semanas de vida, no útero de sua mãe...?) diz da dificuldade de juntar estas duas opções.
Eu, desta vez, embora sendo contra o aborto e a sua liberalização, estava tentado ao sim, não fora o facto da factura ser paga não pelas mães que matam a prole, mas por todo os portugueses (o Sócrates é magnânimo), isto num estado em que o Ministro da Saúde quer cobrar taxas nos internamentos por operações em Hospitais, para as pessoas não exagerarem.
É por causa dos exageros (do Sócrates, do Miguel e do senhor que diz ministro da Saúde…) que me custa rir de tantas trapalhadas e respostas atabalhoadas - pois, afinal, como português de segunda acabo sempre por sentir no bolso estas decisões que o Miguel tanto aplaude…
"factura ser paga não pelas mães que ****, mas por todo os portugueses "
isto é verdade?
Não acredito!
É verdade. Diz alguma coisa, Miguel...
Acho interessante que ninguem é a favor do aborto, só são contra o facto de as mulheres poderem ir para a prisão...
Vamos ser claros: concordam com o facto de alguem que chama f*d*p a outro ir para a prisão? Parece absurdo, não é? mas a lei estipula que pelo crime de injúrias pode ser aplicada uma pena de prisão.
A pena de prisão não é um fim, nem deve ser o meio mais comum, razão pela qual nunca foi aplicada aos processos de aborto. Mas será que concordam que uma mulher faça impunemente 6, 7, 8 abortos ao longo da vida, como foi recentemente divulgado?
E mais uma questão, às 11 semanas todos os argumentos acerca da liberdade da mulher caem por terra?
Quanto ao mal menor, não acham que morrer é um bocadito "pior" que viver uma suposta vida desgraçada?
Sossega as consciências, mas só isso!
Lisa
Que os meus impostos sirvam para dar dignidade aos tais portugueses de 2ª - ja que os de 1ª, podem muito bem, numas ferias em Espanha, em Marbella, fazer aquilo que muitas delas aqui não fazem, preferem ir a pé Fatima, confessarem-se á imagem dos 3 pastorinhos.
Não se dá dignidade ás portuguesas, quando umas vão ao sul de espanha e outras vão aos vãos de escadas, vulgarmente conhecidas pelas curiosas.
Obviamente, se uma mulher pode simplesmente pagar, por um IVG, a taxa de utilização, há e muitas, podem pagar aquilo que pagam lá fora - 3000€.
Claro, a mulher que aborta, por razões que ao casal diz respeito, deve ter um cadastro e acompanhamento dos milhares de funcionarios da saúde, no sentido do seu aconselhamento junto da cidadã.
Isto chama-se dignidade, mas não se obriga ninguem a fazer a IVG, nem mesmo as catolicas e ás "ratas" da sacristia, tambem fazem, como eu sei
Deixem-se de hipocrisias.
Todas os cidadãos e cidadãs, devem ter a mesma oportunidade de vida, com direitos e deveres iguais - infelizmente não é assim que o País pensa.
por falar em dignidade e hipocrisia, certamente me sabem responder porque é que os medicamentos de doenças crónicas (ex. epilepsia) deixaram de ser comparticipados em 100%, de forma cega, isto é, os mesmos portugueses de 2º que não passam férias, foi-lhes tirada a regalia de terem medicamentos de graça.
eu compreendo, ser epiléptico e hiperactivo em Portugal custa em média 45€, só na farmácia. Mania de rico, portanto.
Assim sendo, quem é mais hipócrita?
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