terça-feira, janeiro 16, 2007

Und Carlos Loureiro - Acerca da expressão “misóginos e fundamentalistas”

Meu caro Carlos Loureiro:


Reconheço que nem todos os adeptos do “Não” são “misóginos e fundamentalistas”. Aquilo que eu disse, e repito, referindo-me ao Prof. Mário Pinto, é que considero misógina a visão de quem acha que a despenalização do aborto até à décima semana gera nas mulheres grávidas a decisão de abortar por tudo e por nada — ou, pior ainda, recorrendo às próprias palavras do docente da Católica (postas em relevo por Helena Matos): “se as reais razões da mulher para abortar não precisam de ser invocadas, então poderão elas ser quaisquer: desde razões sérias, a razões perversas; desde reais dificuldades, até caprichos, negócios, feitiços, vinganças, crueldades, tudo.

Esta visão ignora o que há de mais profundo na maternidade e o que há de mais dramático no aborto.

Quanto à questão do fundamentalismo, tenho de repetir, com pena, que considero que incorrem nele todos aqueles que, defendendo o “Não” no referendo, querem impedir os outros de exprimir a opinião contrária, através do voto democrático, ainda para mais quando já houve um referendo anterior.

11 comentários :

Anónimo disse...

O artigo do Mário Pinto é sem dúvida trauliteiro.

Anónimo disse...

A questão do aborto é, sem dúvida, de grande relevância.
Mas não deixa de ser sintomático que um governo que tem tido políticas de direita queira, através da questão do aborto, dar um ar "progressista", criando uma divisão na sociedade portuguesa perfeitamente artificial.
E enquanto se discute o aborto lá se vai ganhando tempo e se deixa para o final do mandato a tomada de algumas medidas mais "populares".

Carlos Loureiro disse...

Caro Miguel Abrantes,

Se ler a minha posta, verá que não o acusei de ter acusado quem quer que seja de ser misógino ou fundamentalista. O que ali foi adjectivado, à semelhança do seu texto, foi a "visão", a propósito da questão do aborto.

Quanto ao parágrafo final do seu texto, não me viu, ainda, defender nem o "sim" nem o "não".

Linkei a sua posta porque os argumentos jurídicos que ali utiliza são pertinentes e merecem reflexão. Porém, não os considero indiscutíveis.

Quanto ao fundamentalismo daqueles que "querem impedir" a expressão popular do referendo, concordo inteiramente consigo, na medida em que o Tribunal Constitucional, entendeu que o referendo é legal. Isto não impede, porém, que possa continuar a discordar-se de tal entendimento (da legalidade do referendo), sem propriamente pretender-se impô-lo (a tal entendimento) à força.

Cumprimentos,

Carlos Loureiro

Peliteiro disse...

O ministro da Saúde tentou, mas não conseguiu acabar com a intermediação financeira da ANF no pagamento das comparticipações dos medicamentos.
Ao que a Renascença apurou, a esmagadora maioria das farmácias do Continente cedeu os seus créditos à sociedade financeira criada pela ANF (a Finanfarma).
... Das farmácias do Continente, 95% responderam de forma positiva ao repto que foi lançado pela ANF... 2460 farmácias aderiram à instituição financeira criada por João Cordeiro, enquanto 130 (5% das farmácias do Continente) não aderiram.

A esmagadora maioria parece ter acreditado mais na Associação do que no Estado, apesar da garantia do Governo de que já este mês iria pagar a 30 dias, tendo sido até criado um fundo para assegurar o pagamento a tempo e horas.

Anónimo disse...

A questão das farmácias, da banca e de outros poderosos lobbies que este governo não enfrenta, não é a especialidade deste blog.
Aqui só se trata de militares, embaixadores e magistrados...

Portas e Travessas.sa disse...

O João Cordeiro foi Comandante de Marinha de Guerra, logo, enquadra-se, não tanto pelo Miguel, mas, por mim, tosca-me, diga-se.

È obvio, mexer no lobi criado nos anos de Sua Excelencia o PR e a então Ministra Beleza, é uma cruzada épica.

Como então disse, o Ministro da Saúde, vai sair de mansinho, isto porque. porque, tendo alguns meios, para contrariar o poderio do JCordeiro, começou pelo mais complicado, acresce, que o JC não esta isolado, tem fortes apoios no meio financeiro - qualquer das maneiras, gabo-lhe a coragem, que outros não tiveram - Ora o antigo ministro era e é empregado dos Mellos, não se podia pedir a ele que enfrentasse o Lobi das farmacias.

Para mim, tanto fazia que fosse este ou outro, que enfrentasse esta mina de ouro, que todos pagamos - Enfim, ha pessoas que ficam contentes, o que se pode fazer.

O Laboratorio Militar podia dar uma ajuda - as farmacias sociais, podiam ser outra opção, enfim.

Este "paraíso fiscal", como outros, bem podemos arruinar-nos que muita gente bate palmas

Anónimo disse...

O mário Pinto foi meu professor, é um punhos de renda asqueroso.

Portas e Travessas.sa disse...

Recebido um folheto para a aquisição de u terço e um livro sobre o "Rosario da Vida", dei com esta prosa de Bento XVI

"È necessário ajudar todas as pessoas a tomar consciencia do mal........Têm o dever de defender o direito fundamental à vida, fruto do amor de deus"


Foi isto precisamente que o dignissimo fez quando era Tenente de artilharia do exercito de Hitler.

Ate é caso para dizer - Santo Deus, tanta cretinice

Carlos Alberto disse...

Ajudem a divulgar

"Caminhada Pelo SIM"
Domingo, 21 de Janeiro às 10h30
na marginal de Matosinhos.

Miguel Abrantes disse...

Caro Mário de Sá Peliteiro:

Tomei boa nota da sua chamada de atenção. Hei-de voltar ao assunto, muito embora as coisas não se possam pôr em termos de acreditar mais na ANF do que no Estado.

Um abraço,

Miguel

Miguel Abrantes disse...

Caro Carlos Loureiro:


Quis dar um esclarecimento para que não subsistissem dúvidas. Agradeço o seu comentário.

Cumprimentos,

Miguel