sexta-feira, fevereiro 09, 2007

A justificação pela incompetência

Souto Moura foi ouvido hoje na Assembleia da República. Segundo o pequeno felino, o caso do Envelope 9 não revela má-fé, mas apenas incompetência dos magistrados que ele chefiava. As disquetes “foram arrumadas e aparentemente ficaram esquecidas”. A prová-lo, diz Souto Moura, estaria o facto de os magistrados do Ministério Público terem voltado a pedir a facturação detalhada de Paulo Pedroso num CD, que foi analisado.

A manha do pequeno felino não pára de surpreender. Dou de barato que haja muita incompetência, mas esse é o único ponto em que estou de acordo com o ex-procurador-geral.

Só a ideia peregrina de que as disquetes ficaram esquecidas num sítio qualquer e depois foram guardadas num envelope para juntar ao processo não lembra a ninguém. Nem ao diabo — só a um falso beato.

A desculpa de que mais tarde foi pedida a facturação detalhada de Paulo Pedroso num CD, e que essa, sim, foi analisada, é fácil de desmontar. Pode o arguto titular do processo, que já tinha as disquetes para as análises e cruzamentos necessários e convenientes, ter precisado de um fornecimento oficial da facturação detalhada para utilizar no próprio processo de forma oficial, ao mesmo tempo que tornava claro que não teria sido dada importância às disquetes.

Portanto, temos mais do mesmo — gato escondido com rabo de fora.

12 comentários :

António P. disse...

Patético, no mínimo, este ex-PGR ! Além da incompetência que refere é triste ouvi-lo dizer que nem sabia o que era o EXcell !!!??? Incompetente e patético.

Anónimo disse...

Cheira a falsidade monstruosa. é o delirio total deste homem. como foi posivel ter um ZERO à frente da pgr? pobre povo, com elites destas nunca mas nunca, chegaremos ao fim da caminhada.

Anónimo disse...

E nunca tinha ouvido falar num tal "Excell" !!!
Como pode um tipo subir a um dos mais altos cargos da magistratura sem nunca ter ouvido falar num programa corriqueiro como o Excel???
Alguém me sabe explicar?

Anónimo disse...

O verdadeiro manhoso, aqui, é o sr. Rodrigues e o sr. Jardim.

Este, então, mostra-se muito surpreendido com a atitude do juiz Teixeira em autorizar o pedido, dizendo de modo bacoco que nunca vira tal coisa, secundado aqui, neste blog, pelo habitual servidor, atento e venerador.
Surpreendido, mas...não o chama. E percebe-se: se o fizesse, não se livrava de o acusarem de querer interferir no poder judicial e no final de contas para quê?
Afinal, o que o senhor Rodrigues e VEra pretendem, com o aplauso geral do PS e do BE é tão só uma coisa: vingar-se do pequeno gato que lhes deu água pela barba.

Essa é que é essa! E continua a dar, porque é uma pessoa séria, competentíssima, dedicada à função e que entende mais de processo penal do que algum deles há-se entender na vida toda.

O gato constipado, continua a dar-vos lições e é isso que não perdoais.

Anónimo disse...

Gostaria que me dissessem qual a importância do Excell para conduzir processos judiciais.
Já agora também o Photoshop, o Nero, o Skype e outros que qualquer criança sabe manusear.
Tanto camelo junto até nos faz sentir em Marrocos.
Lá, ao menos, a temperatura é quente. Aqui faz um frio de rachar.

Quintanilha disse...

Á pergunta do cidadão anónimo: "Gostaria que me dissessem qual a importância do Excell para conduzir processos judiciais?"

Eu respondo: Pouca ou nenhuma!
Mas acha normal que uma pessoa que atinge os mais altos cargos da magistratura admitir tal coisa?
Não acha que Souto Moura nos atirou, mais uma vez, areia para os olhos?
Caro amigo, eu já sou crescidinho, não embarco em grupos nem acredito no Pai Natal!

Anónimo disse...

Tudo bem quando acaba em bem.
Demos graças ao Primeiro Magistrado e à sua inicativa em condecorar tal personagem.
Junto com o «sldado desconhecido» do Restelo. O anterior almirante CEMGFA.
Tudo bem, nada a fazer.

Anónimo disse...
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Anónimo disse...

O ex-PGR fez mais para travar a caminhada para o abismo deste desgovernado País do que todos os deputados e governos desde o 25 de Abril até hoje fizeram. Atacá-lo pelos incidentes de percurso, claramente provocados pelos visados nos diversos inquéritos, é pactuarmos com os poderes que actuam fora da lei e que praticamente se apossaram da nossa sociedade. De facto " o mal dos portugueses é que manifestamente não regulam bem da cabeça"(VPV).

Anónimo disse...
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Anónimo disse...
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Anónimo disse...

Aprecio o pluralismo de opiniões deste blogue.
Dentro dos limites impostos pelo patrão, como é compreensível.