Estes dados constam de um estudo da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que inquiriu 51 sociedades com acções cotadas no mercado português. Não responderam três: Banco Santander, Estoril Sol e Modelo e Continente.
O estudo tem dados interessantes. Vale a pena lê-lo. Se não me surpreendi com o grau de concentração accionista, confesso que, por exemplo, desconhecia que:
• Há limitações aos direitos de voto em oito sociedades, cinco das quais integram o PSI 20;
• Há 18 sociedades (sete delas integram o PSI 20) que exigem maiorias qualificadas para determinadas deliberações accionistas (podendo chegar a ¾);
• Há quatro empresas (duas das quais do sector financeiro) que têm os mesmos auditores externos há, pelo menos, 17 anos, sendo que apenas uma sociedade cotada impõe limite ao número de anos em que uma sociedade de auditoria pode prestar serviço;
• 13 sociedades (quatro integram o PSI 20 e outras duas pertencem ao sector financeiro), ou seja, mais de ¼ das inquiridas, não dispõem de um sistema de controlo interno para o que a CMVM chama “detecção de riscos”;
• Apenas 19 sociedades dispõem de códigos de conduta dos órgãos da sociedade, sendo que só em 11 dessas sociedades estão instituídos mecanismos formais de avaliação do cumprimento desses códigos.
2 comentários :
Do seu post retira-se que estas sociedades funcionam de uma forma completamente opaca e com regras absolutamente contrárias ao mercado, só para ficarmos por aqui.
Ò Abrantes:
Olha aqui um tema que podias desenvolver.
O Governo prepara-se para retirar o MP dos tribunais fiscais.
Os pareceres dados pelo MP passarão a ser dados por sociedades de advogados.
Ou seja: os procuradores continuam a receber os seus ordenados e vão não se sabe para onde.
E para dar os mesmos pareceres o Estado vai pagar milhões a sociedades de advogados.
Faz-me isto lembrar que o país continua a ser governado por uma sociedade de advogados (Vera Jardim, Sampaio, Costa etc..).
E que o Júdice elogiou sempre muito o Sampaio e que teve um processo disciplinar por não ter o pejo de dizer que o Estado devia obrigatoriamente pedir pareceres às grandes (repare-se no pormenor) sociedades de advogados.
Assim se percebe por que razão é preciso apertar o cinto à Função Pública.
Há que pagar depois (muito mais) às sociedades de advogados.
Com a vantagem, clara, de as sociedades de advogados oferecerem muito maiores garantias não só de qualidade como de isenção, objectividade, etc.
Estamos entregues até que já não haja mais para sugar ao povo.
É um bom tema sobre corporações.
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