Marcelo Rebelo de Sousa é catedrático na arte da maledicência. Na sua homilia de ontem, deu mais uns bons exemplos de como, com um sorriso nos lábios e aparentemente sem qualquer malícia, se vão deixando cair umas farpas.
Por exemplo, “a arguida Gabriela Seara escreveu-me …”. Não a Dr.ª Gabriela Seara, não a ex-vereadora Gabriela Seara, não — pura e simplesmente — a Gabriela Seara. Subtilmente, como que en passant, o Sr. Prof. tinha que deixar cair uma breve referência à condição judicial de Gabriela Seara (sem que isso tivesse alguma coisa a ver com o que estava a ser afirmado), não fosse alguém por acaso estar esquecido desse facto…
E, ao referir-se à polémica em torno de Saldanha Sanches, o Sr. Prof. não deixou de referir o facto de ele ser casado com Maria José Morgado, não fosse alguém desconhecer tal união. É claro que o estado civil de Saldanha Sanches era totalmente irrelevante para o caso, mas fica sempre bem acrescentar algum picante ao enredo. E como Marcelo adora estes apartes, estas notas conjugais, que apenas visam transportar questões do foro pessoal para a discussão da causa pública.
E é disso que vive Marcelo, o comentador: de lançar a confusão, baralhando os seus interlocutores com argumentos, uns verdadeiros, outros apenas semi-verdadeiros, uns relevantes e pertinentes, outros do domínio da coscuvilhice, para no final extrair as conclusões que quer, parecendo ter feito um raciocínio perfeitamente lógico e coerente.
Mas o melhor, a cereja no topo do bolo, estava reservado para a parte final. Então não é que Marcelo, que se atirou ao Tejo em plena campanha autárquica, teve o descaramento de criticar o facto de António Costa ter dado um passeio de bicicleta? É preciso ter lata.
segunda-feira, junho 11, 2007
As traquinices de Marcelo
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6 comentários :
Vale a pena, a todos os títulos, ler a entrevista de Mário Soares na revista do último "Expresso". Entre muitas outras coisas interessantes, diz: "Não tenho por hábito classificar ministros,nem nunca caí no ridículo de dar notas aos homens políticos. Para isso é preciso ter um ego blindado a todo o sentido de autocrítica".
Marcelo Rebelo de Sousa, não sei porquê, faz-me lembrar um antigo e célebre colaborsdor do Diabo (sim o da Vera Lagoa) que assinava os seus textos sob o pseudónimo de Luís Todo Mau.
Mas não sei se o Miguel é desse tempo.
De qualquer forma desde que comeu Vichyssoise (ou seria quando lhe entrou água do Tejo para os ouvidos?)o homem nunca mais foi o mesmo.
Ainda bem que não trinca a língua.
Cumps
Raul Martins
Tanta dôr de corno...
Adorariam ser mediáticos como ele, ter os contactos que ele tem, pavonearem-se nas televisões, serem consultados, convidados, atribuirem classificações a todo o mundo e mais alguém...
Paciência, aceitem a vossa mediocridade...
Sejam humildes e o "Reino dos Céus" pertencer-vos-à...
"Prefiro-as-gajas":
não julgue os outros por si! E olhe que há muitos "mediáticos" que preferem os gajos!
Em relação a ..."há muitos "mediáticos" que preferem os gajos!"... estou completamente por fora !
Só estou preocupado com a concorrência, isto é, os que preferem as gajas...
Por vezes não sobra nada aqui para o "je"..
De qq. forma agradeço-lhe a "dica" pois nada melhor que um aviso de alguém que "está dentro" da coisa...
"o Sr. Prof. não deixou de referir o facto de ele ser casado com Maria José Morgado, não fosse alguém desconhecer tal união. É claro que o estado civil de Saldanha Sanches era totalmente irrelevante para o caso, mas fica sempre bem acrescentar algum picante ao enredo."
então mIguel?! mas é verdade!
E acha que não é relevante?
Olhe, eu se fôsse a MJM comia o SS Vivo e tudo!
Comia no sentido de o desancar.Entenda-se.
Qto ábicicleta... então não foi de burro?
Não foi de burro Calçada de Carriche acima?!!....
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