sexta-feira, setembro 14, 2007

Acerca da superior capacidade dos jornalistas

    “Numa altura em que tanta gente brada contra um novo Código de Processo Penal que impede aos jornalistas a transcrição de conversas telefónicas contidas nos autos de um processo público, e se apela à "desobediência civil" em nome da liberdade de informação e, naturalmente, da superior capacidade dos jornalistas de avaliar o que deve e pode ou não ser publicitado nos media e de pesar o que é ou não susceptível de justificar, pelo interesse público, a lesão dos direitos individuais, é interessante constatar como se divulgam, sem um arrepio, os escritos íntimos de Kate McCann. De como isto sucede sem que os responsáveis da PJ e do Ministério Público tomem qualquer atitude - o que os torna cúmplices formais do linchamento, juntando-se a gente tão ilustre como o papa que, tão rápido a associar-se à campanha "find Madeleine", se desvinculou pela calada, com assinalável espírito solidário.”

4 comentários :

Anónimo disse...

Cancio no seu artigo de opinião põe a claro todas as contradições de todo este processo. É uma vergonha e um nôjo ao que estamos a assistir atraves dos jornais e tvs. Parem por favor.

Anónimo disse...

Nao sei se repararam mas a coisa foi pior que a divulgaçao dos escritos no diário.

Ou existe mesmo a certeza da culpabilidade dos pais, ou o divulgar que no diario a senhora nao tinha muita paciencia para as crianças, na mesma altura que os serviços sociais britanicos estavam a avaliar a tutela dos gemeos, pareceu uma coincidencia estranha e malévola. Podiam usar os telefones. Nao precisavam de mandar recados pelos media.

Enfim

Nuno disse...

Os orgãos de comunicação não vão parar! Os leitores e tele espectadores têm a escolha simples - não comprar jornais e não ver telejornais na TV! Pq se continua a haver uma audiência àvida de pormenores, independentemente de ser ou não verdade, irá continuar a haver oferta de produto de sensacionalismo barato apelidado ironicamente de jornalismo!

Anónimo disse...

O Nuno tem toda a razão...