O Público de hoje só fechou a edição após saber que os 27 Estados-membros da UE haviam chegado a acordo: Tratado de Lisboa nasceu às 00h45 é a manchete. Embora não passando a maioria dos textos de palha, a verdade é que o jornal dedica ao acontecimento quatro páginas. Qual não é o espanto ao ler o editorial do Dr. José Manuel Fernandes, que o próprio considera sobre “banalidades”: as matérias sobre as quais versam os exames do 12.º ano, os procedimentos de penhora de imóveis do fisco, a imposição de que a Ordem dos Médicos cumpra a lei no que respeita às interrupções voluntárias da gravidez e uma queixa de um ignoto militante de Braga contra Pacheco Pereira são os assuntos “analisados” pelo director do Público.
No dia em que “nasceu” o Tratado de Lisboa, o Dr. Fernandes não se sentia preparado para dizer umas “banalidades” sobre a Europa?
No dia em que “nasceu” o Tratado de Lisboa, o Dr. Fernandes não se sentia preparado para dizer umas “banalidades” sobre a Europa?
2 comentários :
Muito se tem criticado este governo; muito se tem escrito sobre as suas trapalhadas; muito se tem dito sobre as suas medidas políticas. Confesso que tenho sido um dos que mais o têm criticado, se bem que tivesse votado nele,(o chamado voto da revolta)discordo, muitas vezes, da sua forma de governar. Não gosto da postura de José Sócrates, não gosto das atitudes dos seus ministros, não gosto dos tiques salazaristas que surgem, por vezes, nas chefias de alguns serviços da administração pública. Mas, pior que isso, não gosto do rumo que o país estava a tomar nestes últimos anos, razão pela qual votei neste político de Vale de Maçada. Foi esse rumo que me levou a escrever estas breves linhas, foi o recordar de um Estado que tudo fazia para infernizar a vida daqueles que pretendiam ver Portugal na linha da frente. Quanta risada o Simplex gerou, quanta anedota neste Portugal se contou. Mas se hoje compararmos o que era e o que é, em consciência, devemos dizer que as coisas estão melhores..., é mais fácil andar a tratar de assuntos que nos dizem respeito nas repartições do Estado, é mais fácil criar associações, empresas, renovar documentos, divorciar-se, enfim..., é mais fácil lutar pela vida. Serviços atafulhados com burocracias, que apenas serviam alguns ilustres desconhecidos, interesses difusos e que só agora se consegue descortinar o seu fim quando se vai às câmaras municipais, onde, infelizmente, a mão deste governo ainda não chegou. Aí vemos procedimentos que já fazem parte do passado noutros serviços, v.g., tirar uma certidão neste guiché (leia-se secretária) para entregar naquele, requerimentos que levam um eternidade a ser despachados, ter que mandar fazer uma planta da fachada só para dizer aos senhores engenheiros que as fazem e despacham ao mesmo tempo que quer pôr ali uma placa a dizer “Rosinha Costureira” ou seja, colocar uma simples placa de publicidade à porta de um bar, é mais difícil do que o construir de raiz e, nessa espera vem a coima, a revolta, a impotência de ver o gozo na cara de uns fiscais felizes por tramar a vida daqueles que apenas pretendem viver num Portugal melhor. Força Sócrates, ainda há muito por fazer, lamento que venha algum trauliteiro populista e que ponha tudo como estava no passado.
Revoltado
Oh Miguel Abrantes,
Você não me engana... Vocês tem uma "infatuation" pela SóCretina...
Sempre que resolvo, porque se impõe e não porque apetece, malhar na dita cuja e denunciar as manhas, fraquezas e demais vícios privados, sou censurado !
Irra, que é demais...
Não acha que já basta só publicar as "postas" que lhe dão jeito ?
Sou forçado a concluir que você padece de um défice de "fair play"...
Assim não dá gozo vir ao blog.
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