“Em suma: os bancos estão lentos a declarar as respectivas perdas porque, na realidade, as ignoram. Esta opacidade de algumas exposições é preocupante. Não apenas porque torna impossível aos reguladores avaliarem a adequação dos capitais de um banco aos riscos a que se encontra exposto como, ainda, é a própria instituição que se revela incapaz de avaliar a magnitude dos mesmos. Ou seja, vai ser preciso dar tempo ao tempo para ver até que ponto a crise se estendeu. Esperar por auditorias que, em muitos casos, não vão poder avaliar adequadamente perdas e exposições. E, esperar que a crise não se arraste. Porque mais perdas numas instituições se irão repercutir noutras, sendo hoje impossível a um regulador apurar até onde alastra o risco sistémico que esta situação originou.
A partir do próximo ano, com a entrada em vigor de Basileia II, a estabilidade do sistema financeiro mundial vai depender criticamente da capacidade de os modelos internos dos bancos mais “sofisticados” avaliarem os respectivos riscos e correspondentes requisitos de cobertura por capitais próprios. A experiência recente veio demonstrar a incapacidade dessas instituições em fazer tal auto-avaliação. Para que Basileia II funcione e não se torne num factor agudizador (em vez de preventor) de crises, vai ser imperioso repensar e reforçar os modelos de supervisão do sector.”
segunda-feira, novembro 19, 2007
Tem a palavra o Senhor Governador
Paulo Soares de Pinho escreve no Diário Económico um artigo intitulado Opacidade:
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