«Ao redor de José Sócrates cheira a sangue. Este vasculhar do seu passado longínquo, alheio à actividade política, é muito pouco comum. Mais do que noticiar e comentar, parece existir uma vontade de sangrar o primeiro-ministro, quase uma obsessão pela descoberta da nódoa no percurso. Isto, repare-se, em questões totalmente alheias às políticas do governo, porque essa é outra conversa. A repetição das investidas, com motivos dúbios e contornos pouco claros, não abona a favor dos seus autores, sobretudo depois do muito que se saturou o publico com episódios anteriores.»
Miguel Silva, Bios Politikos
Miguel Silva, Bios Politikos
6 comentários :
Sr. Miguel Silva:
Não se preocupe comigo. Eu também sou um bocadinho do "público" e não me sinto saturado.
Preocupado estava, quando havia um manto de silêncio e ninguém falava.
Agora, com as desavenças no "Centrão", sempre o público vai sabendo algumas coisas. Estejam à vontade; podem continuar...
Esta vontade de sangrar o PM revela a raiva latente da maioria da população, apesar das muitas e "benignas" reformas políticas e administrativas, todas com milhentas justificações de racionalidade económica e científica, etc, etc.
Mas por mais justificadas, por mais propaganda que se faça, a raiva das pessoas é um facto, e o PM pode preparar-se que o seu "buzinão" está para acontecer!
Governar assim dá nisto. Passou anos a dizer mal dos professores, antes de anunciar uma reforma no ensino, a dizer mal dos médicos, antes de anunciar reformas na saúde. Disse mal de todos. Pagou o justo e o pecador. Foi tudo corrido a malandro, a absentista, a faltista fraudulento, a abusador-do-intervalo-a-meio-da-manhã, a pouco produtivo, a malandro que vai encher urgências com uma constipação...
Milhares de pessoas sentiram-se amesquinhadas, viram o nome da sua profissão a ser arrastado na lama, pelos pecados de alguns, para que o governo conseguisse fazer reformas sem descer nas sondagens!
Virou as pessoas umas contra as outras, amesquinhou o trabalho, o esforço, o estudo...e só valorizou o número, a estatística.
Por isso há ódio e raiva contra a pessoa em si mesma e vontade latente de a amesquinhar também.
O PM puxou pelos piores impulsos das pessoas: a inveja, a mesquinhez, a intriga.
mas quem semeia ventos, colhe tempestades.
Pois é, anónimo Fev 07, 06:12:00 PM, tirando aquele grupinho de lacaios composto pelos 40 e tal por cento de eleitores que pensam votar nele, é tudo "ódio e raiva"; e se descontarmos os 50 e por cento que há três anos já não votaram nele, temos a imensa e esmagadora maioria de 3 ou 4% para cujo "buzinão" o PM "pode preparar-se". No "buzinão" de que fala, as buzinas são o "Público" e outros que tais, não são?
Este SóCretino só pode queixar-se dele próprio e da sua estratégia.
Senão vejamos:
Atiçou a inveja secular dos "tugas" sobre alguna grupos profissionais: médicos, juristas, militares, professores, farmaceuticos, funcionáros públicos em geral, etc., etc...
Proclamou aos 7 sete ventos que exigia, rigor, isenção, espirito de sacrifício, etc., etc...
Agora o "people" começa a aperceber-se que o que ele aprecia mesmo são os "esquemas" próprios de um percurso "chico esperto"...
É evidente que, alguém com um passado tão recheado de "controvérsia" com o do SóCretino, só tem 2 opções:
1. Não vai a PM para não aguçar a curiosidade do "people"...
ou...
2. Vai a PM mas não se arroga em detentor exclusivo de todas as virtudes, isto é, adopta um "low profile" (como diz o "people", uma postura de jacaré)...
Porém, vaidoso como só ele é, tinha de borregar com a 1ª opção !
O problema dos "chico espertos" é que, raramente, tem discernimento.
Nunca mas nunca houve um Governo com tal categoria tecnica, competente, rigoroso, serio e competente. O resto que possam dizer è "os cães ladram e governo governa".
Nas proximas lá estará o meu voto e de mais 47 familiares, que acham Socrates o melhor 1º. de sempre.
Somos trabalhadores não públicos e nunca votamos PS, mas desta vai acontecer.
Como nós há muitos milhares, que não fazem barulho nas TVs, que irão votar no rigor e competencia.
Manuel Leão,
Não estou particularmente preocupado com ninguém, como deve imaginar. A minha preocupação é que se anda a insistir em licenciaturas e projectos assinados não sei quando. Questões paralelas que distraem do agora político, económico e social. Para o Público fazer capas com estes assuntos, há outros que ficam para trás. Eu não sei quais são. Sabe você? Acredita mesmo que estas notícias são o levantar do véu ou, pelo contrário, o agitar do pó para encobrir outras histórias?
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