- “Uma das tradições políticas mais arreigadas de Portugal é a ideia da política como autoridade professoral. Uma autoridade com escasso contacto com o mercado das ideias e com a competição democrática.
Daí que o último século tenha sido dominado por professores de direito (Afonso Costa, Salazar, Marcello Caetano) ou de economia (Cavaco Silva). A persistência desta cultura de carisma tecnocrático está na origem da separação de dois domínios fechados: o domínio da política e o domínio da sociedade. O da política identifica-se com o mundo dos "professores que fazem política" cujo poder é reconhecido e aceite, independentemente de qualquer escrutínio; o da sociedade constitui um espaço paradoxal em que metade dos portugueses é despolitizada, incapaz de avaliar criticamente a política, e a outra metade luta pelo reconhecimento segundo esquemas de favorecimento e bajulação próprios de sociedades não liberais.
As eleições do PSD vão ser, de algum modo, um teste a esta tradição portuguesa que vê a política como personalização catedrática (Ferreira Leite), assim como ao que poderá fazer o seu mais recente opositor (Passos Coelho) que, apesar dos frágeis compromissos internos em que assenta, aposta em seguir um caminho de devolução e liberalização, com abertura ao exterior, à sociedade civil e a outros tipos de autoridade que não a autoridade técnica e académica.”
1 comentário :
Só na página principa, deste blogue vão 14 (catorze!!!) posts sobre MFL.
É tão lindo vê-los aflitos!!!...
Até pode ser que se enxerguem e comecem a governar melhor e com menos arrogância!!!
Sempre se ganha qualquer coisa c esta obsessão patológica..
Qume vos avisa, amigo é: qto. mais atenção lhe derem, melhor para ela!!!
Amanhã verão.
Enviar um comentário