sexta-feira, maio 23, 2008

Para não “discriminar o privilégio”




O Público de hoje agracia Ramalho Eanes com uma setinha para cima por um feito só comparável ao da sua viagem no Lusitânia Expresso, quando, sulcando os mares a caminho de Timor, acostou mansamente a Darwin.

O Público justifica assim a setinha:
    «Pode haver quem se indigne com a acumulação de pensões por exercício de funções públicas e de cargos políticos, mas mais intolerável é haver buracos na lei que discriminem o privilégio [sic]. Durante anos, Ramalho Eanes foi o único ex-Presidente da República a não poder usufruir dessa prerrogativa. Essa “injustificada diferença de tratamento”, porém, está prestes a acabar.»
Acaba hoje o martírio de Eanes com a aprovação de uma alteração ao estatuto remuneratório do presidente da República. Há apenas um pormenor que convém avivar: Soares e Sampaio não acumulam duas (ou mais) pensões do Estado.

O expediente encontrado para atalhar a situação de penúria de um ex-presidente pode não ser eticamente aceitável, mas é humanamente compreensível.

1 comentário :

Anónimo disse...

Outro papa-reformas ...