- “Os jovens estão cada vez mais afastados de estruturas hierárquicas, garantiu esta terça-feira, junto ao Tejo, Pedro Magalhães, politólogo e responsável pelo estudo "Jovens e Política”. O professor aceitou o convite da candidatura de Pedro Passos Coelho e de uma forma descontraída interagiu com jovens de dentro e fora do PSD e partilhou as conclusões do estudo que há pouco tempo levou Cavaco Silva a alertar para a falta de interesse dos jovens pela política. Com cada vez mais formação, os jovens sentem que uma estrutura onde a comunicação é quase feita de forma unidireccional e onde têm de respeitar as decisões de um líder não faz sentido. Isto não significa porém que os jovens não sejam activos socialmente, multiplicando-se a entrada em associações. Privilegiam o referendo e são extremamente activos quando o assunto é do seu interesse. Revelam também que apenas uma vez por semana assistem a um noticiário político.
Por este motivo e também noutras áreas, é fundamental que os partidos políticos criem gabinetes de estudo para contactarem com as diferentes dimensões da sociedade. Uma trabalho aprofundado que não se perca a cada mudança de liderança. Não estou familiarizada com as estruturas internas dos partidos, mas julgo que seria uma ambição benéfica criar uma espécie de universidade dentro da estrutura partidária. Qualquer partido, principalmente os que mais eleitores reúnem, têm de estar sempre preparados para governar e não se devem limitar a uma reacção episódica ao momento.
Outra conclusão interessante do encontro de ontem prende-se com o facto de a candidatura de PPC ser objectivamente a personificação da mudança. As outras candidaturas têm como argumento “vamos fazer o mesmo que o PS, mas melhor”, já PPC pretende fazer diferente, representando uma alternativa ao Governo e não apenas uma avaliação de capacidades. PPC tem outra visão das funções do Estado e do funcionamento da economia, as outras candidaturas primam por ser uma continuação do que já está a ser feito. Acontece que o discurso do “vamos fazer que o PS, mas melhor” trouxe o PSD até ao ponto onde se encontra neste momento. E a pergunta que se deve fazer é: o PSD vai mudar ou ficar na mesma?”
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