sábado, maio 31, 2008

VPV é que é historiador, mas…

Escreve Vasco Pulido Valente na edição de hoje do Público:
    «Só no PC há uma doutrina (anacrónica, se quiserem, mas doutrina) e uma “linha” universalmente obrigatória. E, por isso, fora uma ou outra dissidência no PS e do PSD durante o princípio do regime (que não levaram a nada), só também no PC houve expulsões dos militantes que desobedeciam ou recalcitravam. De resto, quem saiu do PS, do PSD ou do CDS saiu, como se diz, pelo seu próprio pé.

    Em 1985-86, Cavaco ainda tentou correr com meia dúzia de excêntricos que se recusaram a apoiar Freitas do Amaral. Não chegou longe. E percebeu depressa que a autoridade do "chefe" assentava num contrato leonino com as “bases”, pelo qual as “bases” se comprometiam a seguir o “chefe”, enquanto o “chefe” estivesse no poder e lhes distribuísse com regularidade e zelo a sopa do convento, ou seja, os benefícios de um Estado crescentemente “monstruoso”. Isto que vale para Cavaco e para o PSD, vale para o PS e para o CDS.»
Eu, que não sou muito versado na vida interna dos partidos, tenho ideia de que a coisa não se tem passado bem assim. De repente, recordo-me de Carlos Macedo — salvo erro, médico, deputado, coordenador da AD e que chegou a ser presidente da comissão política do PSD —, o qual, por ter tido a ousadia de criticar a política de saúde de Leonor Beleza, foi expulso do PSD: expulso.

Já para não falar do CDS-PP, que, não tendo ninguém à mão para expulsar, retirou a fotografia de Freitas do Amaral lá do Caldas.

2 comentários :

Anónimo disse...

A culpa é do Johnny Walker.

Anónimo disse...

Ó Abrantes, deixe lá o Vasco Pulido Valente em paz. Guardadas as devidas proporções, dizia o De Gaulle a propósito de Sartre: "on n'arrête pas Voltaire!".