segunda-feira, julho 28, 2008

À conversa com os leitores

Tinha prometido voltar hoje à entrevista de Ferreira Leite, mas estou cansado. E não prometi, mas tinha a intenção de também voltar à entrevista de Pacheco Pereira. Começo a ter assuntos de mais em carteira (como a necessidade da maioria absoluta para governar, questão que foi discutida entre Eduardo Pitta e Paulo Gorjão, ora regressado à blogosfera). Também alguns elementos enviados por leitores não foram ainda publicados, mas procurarei fazê-lo nos próximos dias.

Vamos ver se a silly season cumpre o seu dever, para eu ter tempo de pôr os assuntos em dia.

4 comentários :

Anónimo disse...

Está cansado? Sócrates não está cansado.
Vamos acordar!! Tome um copo de Red Bull!! Anima-te homem!!

Edie Falco

Anónimo disse...

SOS!

POR FAVOR, PODEM DIZER-ME O QUE SE PASSA COM O BLOG "O JUMENTO"????
MIGUEL ABRANTES, SABE O QUE SE PASSA?
g.

Anónimo disse...

Desculpem. Já consegui aceder ao "O JUMENTO".
Por momentos pensei que a direita já lhe tinham cortado o bico.

G.

Anónimo disse...

No tempo em que Portugal tinha muito dinheiro


Arquivo Municipal de Lisboa)
Nesse tempo o país nadava em divisas, não se sabia o que era o défice comercial, as contas públicas tinham sido postas na ordem e o Estado amealhava dinheiro. Esse tempo foi á muito, muito tempo.

Que saudades que temos todos desse tempo de fartura e transparência das contas públicas, quando os reembolsos do IVA e do IRS era feito a tempo e horas, sem retenções abusivas para compor os défices orçamentais a apresentar a Bruxelas. Era um tempo em que João Cravinho nem se preocupava muito com a corrupção, António Borges, que migrou no sentido inverso ao de Cravinho, vivia tranquilamente em Londres, sem ter que se preocupar com o buraco nas trocas comerciais ou com o endividamento dos portugueses, que nem sabiam o que era o cartão Visa ou o crédito bancário, até tinham dificuldades em gastar o dinheiro.

Era um tempo em que Portugal tinha dinheiro para pagar submarinos a pronto, Ferreira Leite, a senhora que em boa hora foi escolhida para ministra das Finanças desse tempo, nem pestanejou ao assegurar que havia dinheiro com fartura para que os nossos almirantes pudessem andar debaixo de água. Manuela Ferreira Leite estava tranquila, os submarinos seriam pagos a pronto, não comprometeriam as contas de futuros governos e, portanto, nem era necessário pedir a opinião do partido que poderia suceder no governo. Aliás, nesse tempo as sondagens não eram fiáveis e portanto nada apontava para uma alternância.

A fartura era tanto que o governo juntou-se em Óbidos para anunciar uma chuva de investimentos na investigação, aliás, o dinheiro era tanto que ainda neste verão caíram uns aguaceiros de euros em Lisboa.

Era mesmo um tempo de fartura, um tempo em que o Aznar chegava de manhã e à tarde já Ferreira Leite tinha posto de lado o dinheiro necessário para construir um TGV em cada canto e outro a passar pelo meio, com destino a Badajoz. E nem pestanejou, havia dinheiro com fartura, o TYV era um negócio fiável e como havia dinheiro com fartura nem os candidatos à sucessão de Barroso poderiam estar descansados pois não teriam que suportar a fartura.

Era um tempo de fartura, mas foi à tanto tempo que nem a própria Ferreira Leite se lembra e António Borges andava tão ocupado com as contas e os prémios da Goldman Sachs que nem deu por isso.