terça-feira, julho 15, 2008

"A emergência do partido-empresa"



As obras públicas foram a primeira obsessão de Menezes; Ferreira Leite apropriou-se da obsessão. O populismo de Menezes manifestou-se através da promessa de se deslocar às fábricas em risco de deslocalização; o populismo de Ferreira Leite, talvez porque não tenha tempo para marchar para a porta das fábricas (“as mulheres não pensam 24 horas por dia em política”), revela-se através do “carinho” com que diz ir compensar os mais desfavorecidos. A terceira e última obsessão de Menezes foi a transformação do PSD num partido-empresa; o inner circle de Ferreira Leite estará também a recuperar esta ideia: “A ideia agrada a vários dirigentes próximos da nova presidente social-democrata e tem sido discutida ao mais alto nível.

Vale a pena recordar A emergência do partido-empresa, artigo que Pacheco Pereira escreveu sobre a transformação do PSD em sociedade anónima (PSD, SA), sugerindo-se ao leitor a sua leitura integral:
    «Convém, no entanto, não nos iludirmos muito com o brilho modernizador da linguagem acreditando que lá porque se fala "moderno" se pensa e se age "moderno".

    É evidente que há muita coisa que esta linguagem com funções propagandísticas esconde e que é muito mais terra-a-terra e bem fácil de classificar de modo antigo. Por exemplo, por detrás de uma "reorganização" e "qualificação" do "pessoal" (nos partidos nunca há um downsizing), trata-se de substituir um corpo de funcionários por outro, com base nos mesmos esquemas de patrocinato, clientela e obediência pessoal e de grupo com que se constituiu o anterior.

    Motoristas, secretárias, funcionários diversos, nos partidos e nos grupos parlamentares, raras vezes chegaram a essa situação por mérito, mas, nos primeiros tempos, por militância, depois por cunhas e pagamentos de favores a nível nacional, ou regional. Havia quotas locais e regionais, quotas dos secretários-gerais e dos presidentes do partido, e assim se constitui uma burocracia que depois funciona pelas regras da própria burocracia, muito depois de passarem os líderes e os secretários-gerais. Em seguida, como é normal, depois de estarem "dentro", com o poder que isso significa (se há sítio onde os funcionários "sabem" de mais é nos partidos políticos), exercem o poder "de dentro", para chamarem famílias inteiras, maridos, mulheres, filhos, primos, namorados(a), etc, em pacote. Aqui, os partidos não são muito diferentes de muitas outras instituições portuguesas, mesmo muito "modernas", como foi a Gulbenkian, e não só, durante muitos anos.»

5 comentários :

Anónimo disse...

JPP começa a engolir o que atirou ao Meneses !!!

Anónimo disse...

Então o pacheco disse isso?

O gajo é bom a desdizer-se. o que hoje é vermelho amanha é laranja.

Ou seja, estes PPds estudaram na mesma cartilha. Camaleões é o que eles são. Mudam de opinião como quem muda de camisinha.

Anónimo disse...

Partido dos Camaleões, deve ser o novo partido a concorrer ás próximas eleições, saído das fileiras do PS.
Querem exemplos:
Os Administradores de empresas públicas, a usufruirem vencimentos de milhares de Euros, antes diziam-se do PSD, agora apresentaram cartões do PS. Malvadado Portugal com gente desta.

Anónimo disse...

o PSD é o partido mais pottuguês de Portugal. Não se governa nem se deixa governar.
O PSD ao poder. Já!!!

Anónimo disse...

O PPD é o partidos dos corruptos e oportunistas, centenas de casos são do conhecimento geral, basta ver a imprensa.

Caros camaleões, o vosso destino está traçado, vão uma vez mais perder as proximas e serão remetidos para a oposição de braço dado com os comunistas/bloco. Alias, já estão habituados a lidar com esse amigos.

Vai ser duro mais 4 anos sem poder. Vai doer, vai causar nauseas e vomitos, olhem bebam aguas com gaz, faz bem e acalma.


Vão então poder continuar a mudar de presidente, mas do partido,mais 4, um por cada ano, será o tempo que cada um vai aguentar no cargo.

Os comunistas já estão habituados, perguntem-lhes como é ser oposição,na minha opinião, é fazer muito barulho, muita arruaça,muita poeira, festas com copos, jornadas de luta e pouco mais.