segunda-feira, julho 28, 2008

Leituras

• Francisco Sarsfield Cabral, Os limites do mercado:
    “Os EUA estão no centro do furacão não só porque são os campeões do mercado livre mas também porque vão à frente na invenção de novos produtos financeiros. As regras e, sobretudo, as práticas nos mercados financeiros europeus têm-se mantido bem mais prudentes do que nos EUA.

    Por isso, os americanos têm agora algo a aprender com os europeus no plano financeiro. E não só nessa área. Ao contrário da ideia corrente de que o Estado-providência é coisa do passado, ele irá afirmar-se mais na América, onde a sua presença é reduzida.

    Decerto que o Estado-providência está em crise financeira na Europa, por causa do envelhecimento da população, agora quase toda abrangida pela segurança social, e do fraco crescimento económico. Mas não vai desaparecer - apenas se tornará menos generoso, como já acontece, incluindo em Portugal.”
• Rui Moreira, Mau perder:
    Naturalmente, os seus patrões [de José Eduardo Mniz], da Prisa, estarão desencantados. Prefeririam que a RTP não tivesse audiências e que estas fossem disputadas entre a TVI e a SIC. Mas o mercado não pode ser talhado no alfaiate de Moniz, à medida de interesses particulares. E, das duas uma: ou se defende uma regulamentação, em que a RTP participa, ou se propõe um mercado aberto a todos os novos concorrentes, em que os "monizes" que têm unhas tocam a guitarra...

    Para o contribuinte, o que interessa é que a RTP lhe preste um bom serviço público e cumpra o seu orçamento. Algo que tem, como se sabe, melhorado nos últimos anos. Desta vez, será fácil verificar se, tal como Guilherme Costa garantiu, a proposta respeita os limites orçamentais definidos.

    O que é intolerável são os comentários de Morais Sarmento, que, tendo sido o ministro responsável pela informação no tempo de Barroso, veio dizer que suspeita ter havido batota no leilão. Gostava, e desafio-o aqui, a dizer tudo o que sabe. Já agora, gostaria que nos explicasse se foi ele - e se não foi ele quem foi - que, há quatro anos, ordenou à RTP que cedesse, sem mais-valias, a transmissão de dois dos jogos da selecção, no Europeu de 2004, às duas estações privadas. É que, por acaso, a RTP tinha ganho esse leilão e podia, legitimamente, capitalizar esse negócio... E não foi seguramente por acaso, nem por masoquismo, que, depois, prescindiu da transmissão doméstica, em sinal aberto, dos segundo e terceiro jogos de Portugal...
Rui Tavares, Ideias perfeitas:
    “Para Rui Ramos, pelo contrário, a única ideia genial para a pobreza é não fazer nada. Pensará ele que nunca foi experimentada?” [a ler amanhã no 5 Dias]

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