"Não é possível a Manela com um discurso que não é da Manela"

O Prof. Marcelo antecipou-se ao baronato e tirou o tapete a Manuela Ferreira Leite (e aos outros traumatizados de guerra):

1. Relativamente ao investimento público, o professor/comentador lembra que «a líder do PSD "vive permanentemente obcecada" com o rigor das contas públicas.» E adianta ainda ao Diário Económico: "os economistas junto dela [Ferreira Leite], como António Borges ou Miguel Beleza, são de uma escola muito traumatizada com o desequilíbrio orçamental".

2. Relativamente aos costumes, o Prof. Marcelo considera que as ideias de Ferreira Leite foram as que predominaram antes dos anos 60: «a nova líder "mostra uma visão tradicional do casamento" à luz do que "dominou o catolicismo até ao Concílio Vaticano II".

Ou como Marcelo não tem ilusões sobre a capacidade de Pacheco ser capaz de embrulhar Manuela numa nova embalagem: "Não é possível a Manela com um discurso que não é da Manela".

A gente já tinha desconfiado disso.

PS — O Diário Económico pede opinião a três professores de Economia sobre as posições de Ferreira Leite quanto às obras públicas, em especial se esse investimento gera crescimento económico:

• João Ferreira do Amaral considera que a líder do PSD tem uma "visão distorcida", pois o que Ferreira Leite "dá a entender", é que "todo o investimento público é mau";
• Eduardo Catroga sustenta que o "investimento público é necessário ao desenvolvimento da economia, mas desde que seja reprodutivo";
• Augusto Mateus defende, como o M. De Le Palisse, que "nem tudo é mau, nem tudo é bom", advertindo que "tudo precisa de cálculo económico a médio e longo prazo".