segunda-feira, agosto 11, 2008

Leituras

• Joseph E. Stiglitz, Virar à Esquerda para crescer:
    Outra diferença entre a Esquerda e a Direita diz respeito ao papel do Estado na promoção do desenvolvimento. A Esquerda entende que é vital o papel do governo no fornecimento de infra-estruturas e educação, no desenvolvimento de tecnologia e, até, no de empresário. O Governo lançou as fundações para a Internet e para a moderna revolução ocorrida na biotecnologia. No século XIX, a investigação nas universidades financiadas pelo governo dos EUA proporcionou as bases para a revolução agrícola. Em seguida, o Governo levou esses avanços até milhões de agricultures norte-americanos. O crédito às pequenas empresas tem sido primordial para a criação não só de novos negócios como de novas indústrias.

    A última diferença pode parecer estranha: a Esquerda, agora, compreende os mercados e o papel que podem e devem desempenhar na economia. Dá-se o contrário com a Direita, sobretudo nos EUA. A Nova Direita, tipificada na administração Bush-Cheney, é de facto o velho corporativismo com nova cara.

    Não se trata de libertários. Eles acreditam num Estado forte, com poderes executivos robustos, mas dirigido para a defesa de interesses estabelecidos e pouco interessado nas leis do mercado.

    Em contrapartida, a nova Esquerda está a tentar pôr os mercados a funcionar. Os mercados sem restrições não funcionam bem sozinhos – uma conclusão que foi reforçada pelo colapso financeiro actual. Os defensores dos mercados reconhecem, por vezes, que eles falham, até desastrosamente, mas afiançam que se “auto-regulam”. Durante a Grande Depressão, ouviram-se argumentos semelhantes: o governo não precisava de fazer nada, porque os mercados iriam restaurar a economia e levar ao pleno emprego a longo prazo. No entanto, nas palavras já famosas de John Maynard Keynes, a longo prazo estaremos todos mortos.

    Os mercados não se auto-regulam em tempo útil. Nenhum governo pode pôr-se à margem, impávido, enquanto o país entra em recessão ou depressão económica, mesmo quando estas são provocadas pela avidez excessiva dos banqueiros ou a má avaliação dos riscos por parte dos mercados de títulos ou das agências de classificação de risco. Uma vez que são os governos a pagar as contas de hospital da economia, têm de agir de forma a tornar menos provável a necessidade de hospitalização. O mantra de desregulação da Direita estava simplesmente errado e, agora, estamos a pagar o respectivo preço. E esse – em termos de perdas – vai ser alto, talvez superior a 1,5 biliões de dólares (cerca de um bilião de euros), só nos EUA.

    A Direita reclama frequentemente que tem em Adam Smith a origem intelectual da sua linhagem. Mas Smith, que reconhecia o poder dos mercados, reconhecia-lhes também os limites. Mesmo no tempo de Smith, as empresas descobriram que lhes era mais fácil conspirarem para aumentar os preços do que serem mais eficientes a lançar produtos inovadores. Verifica-se uma grande necessidade de legislação antimonopolista.

    Fazer a festa é fácil. Por enquanto, toda a gente se pode sentir bem. Já promover um crescimento sustentável é mais difícil. Hoje em dia, e ao contrário da Direita, a Esquerda tem um programa coerente, que oferece não só maior crescimento, mas também justiça social. Para os eleitores, a escolha deveria ser fácil.”

3 comentários :

Anónimo disse...

É o papel da esquerda moderna, muito bem aqui expresso,que hoje em dia, tem toda a legitimidade para congregar à sua volta todos aqueles que acreditam no mercado regulado e no social. O resto É zero.

E, em Portugal sabemos bem qual é o partido que mais se identifica com esses parametros. o PS claro.

Anónimo disse...

Todo por una cerveza
Escrito por: Yoani Sanchez en Generación Y , Agosto,11,2008


Falta mucho para que llegue el momento de jubilarme; no obstante, he leído con detenimiento la propuesta de Ley de Seguridad Social que será discutida por el parlamento. Como muchos cubanos, decidí saltar sin red y ganarme la vida de manera freelance, pues la garantía de una futura pensión me resultaba muy lejana, comparada con los apremios económicos del presente.

Al mirar la nueva propuesta de subida de las pensiones, reparo en los simbólicos números que pretenden compensar el aumento –en cinco años– de la edad de jubilación. Leo, boquiabierta, que una educadora de preescolar que se jubile después de aplicada la nueva legislación sólo ganará treinta y cinco pesos más que otra que se pensione mañana mismo. Además de ver pospuesta la fecha de su merecido descanso, recibirá un risible aumento equivalente a 1.40 cuc.

Dicho con toda la crudeza que la situación merece: esta señora trabajará ahora cinco años más y eso le alcanzará, cuando finalmente deje su vínculo laboral, para tomarse una cerveza mensual. Tal vez a la educadora jubilada no le gusta el alcohol o su médico se lo haya prescrito, entonces podrá destinar esa “notable” subida en su renta para comprarse un tubo de pasta o un desodorante. Sería simpático y dramático a la vez si la hipotética señora se lanzara a la calle coreando la pregunta “¿Todo esto sólo para una cerveza?”.

Perguntem ao Sousa e ao carvalho da silva, como é? Pensoes de miseria e um aumento de 5 anos para atingir a reforma. Isto no pais maravilha do comunismo.

Anónimo disse...

Este "xicoribeiro" deveria intitular-se "xicoesperto"...

Recorda-me aqueles oradores que pedem a palavra para declarar:

- Concordo com tudo o que foi referido pelos oradores anteriores e...

Porra, é daqueles que "não fodem nem saem de cima" !