Ferreira Leite deu nova prova de vida. Escolheu para o fazer o método da conferência-de-imprensa-mistério, inaugurado por Cavaco a propósito do Estatuto dos Açores. Vital Moreira analisa aqui o evento.
PS — Gostei de ver o eminente jurista Paulo Rangel a fazer de figurante na conferência-de-imprensa-mistério, levando a líder ao engano: se for aprovado o voto presencial, isso é aplicável tanto nas eleições para a Assembleia da República como nas eleições para o Parlamento Europeu, contrariamente ao que consta do papel que foi lido por Manuela Ferreira Leite.
9 comentários :
Ela não tem jeitinho nenhum para isto.
Isto é que é a gestão rigorosa da comunicação ? Este é que é um assunto de tamanha relevância que a obrigue a falar ? Se se opõe, o seu grupo parlamentar só tem que votar contra. End of story. Para que é este enfâse todo ? Não estará a resvalar um pouco para o show-off ?
Já agora, uma vez que sou completamente leigo na matéria, alguém me explica qual é a coerência de contestar vivamente este modelo eleitoral quando aparentemente é o mesmo que vigora na eleição do Presidente de Républica ? Aí já não há problema ?
Eu explico, se me permitem...
Como introdução na matéria, lembram-se do pagamento de centenas de quotas com o mesmo cartão MB, a altas horas da noite? Pois nos meios da emigração vai-se um pouco mais longe. Bom... de quotas nem se ouve falar... mas, tratando-se de votos por correspondência, sempre houve peritos, na ocasião das eleições, em recolher os envelopes pessoais para votação dos analfabrutos e colocá-los no correio. Tudo legal. Do mesmo modo, há-os na angariação de "voluntários" para o recenseamento, quer no consulado, quer nos meios associativos. A que será devida a clássica predominância de funcionários consulares nas direcções partidárias lá fora, nas listas de candidatos e mesmo deputados da emigração?
Daí também a relevância.
E isso em lugares incontroláveis das américas e outros continentes. Lembrem-se da secção do PSD nas profundezas da Amazónia, entre os índios...
Concerteza por isso o PS pretende acabar com o voto por correspondência.
Mas a velha senhora sabe do que fala: aproveita uma boa ocasião para ler o texto que lhe escreveram, envia uma flor ao presidente-de-todos-nós sobre um tema que lhe é caríssimo, faz com que os cândidos jornalistas se desloquem para ouvir a velha-senhora-candidata-a-primeira, e faz com que os jornalistas algo incompetentes passem 24 horas por dia enchendo os ouvidos do pessoal, inventando mais uma polémica, o que é o pouco que sabem fazer.
Mas é do melhor que temos: políticos, jornalistas, não esquecendo evidentemente os magistrados referidos aqui mais para trás.
Pois é. Não me estava a lembrar dessa da amazónia!!!!!!!!!
Obrigada anónimo.
G
Conclusão lógica e óbvia da nova chico-espertice socialista: todas as eleições em que foi utilizado o voto por correspondência nos emigrantes não podem nem devem ser consideradas democráticas.
O anónimo não acabou a explicação, porque lhe deve ter faltado a "tinta das teclas". É que falou na Amazónia e no Brasil e esqueceu-se de falar no "jogo do bicho", dos bingos, e de um tal Licinio e de outro Araújo. Ainda por cima numa localidade bem mais cosmopolita como é o Rio de Janeiro. Veja lá essa memória anónimo, isso anda muito selectivo, ainda lhe faz mal.
Realmente não dá para entender este tipo de comportamento. Convocar uma conferencia só para dizer o que disse, é muito pouco. E os media vão nesta "chochadeira".Como se vendem por tão pouco.
Acho muito bem que a lei eleitoral seja revista, e que a possibilidade de se votar sem estar presente tem que acabar. Esse processo só beneficia o compadrio e corrupção.
Os ppds como se dão bem com o compadrio e corrupção, são favoraveis a mante-los.
Oposição total
O PSD passou à táctica MRPP, de oposição total. Tudo o que o PS propõe só pode ter objectivos malévolos, merecendo oposição imediata do PSD, mesmo quando se trata de propostas que em outras ocasiões ele mesmo aprovou, como é o caso da exigência de voto presencial dos residentes no estrangeiro, com exclusão do voto por correspondência (em nome da pessoalidade e do sigilo do voto), que já vigora desde 2000 para as eleições presidenciais e que o PS agora propõe que se estenda às eleições parlamentares (e europeias).
Pode haver contra-argumentos contra o fim do voto por correspondência que merecem ser ponderados, nomeadamente uma provável redução dos número de votantes, por não terem possibilidade de se deslocar aos locais de voto. Mas dizer que a proposta do PS tem "objectivos partidários", como afirmou a líder do PSD, só teria sentido se se provasse que as preferências partidárias dos eleitores são diferentes nos votos por correspondência e nos votos presenciais, com vantagem para o PS nos segundos. Não havendo nenhuma razão para imaginar uma tal diferença, então a acusação do PSD não passa de um pretexto forjado para envenenar a discussão e tentar tirar proveito ilegítimo da suspeição lançada.
Aditamento
Note-se que os eleitores recenseados no território nacional que não se puderem votar na sua assembleia de voto (por ausência noutro local do território ou no estrangeiro) também não podem votar por correspondência.
Cavaco Silva
Já toda a gente percebeu o empenho de Cavaco Silva e dos seus assessores na sobrevivência eleitoral de Manuela Ferreira Leite, é evidente que a líder do PSD tem intimidades suficientes em Belém para antecipar as posições oficiais de Cavaco Silva. Só assim se entende a rapidez com que o Presidente da República respondeu a uma suposta crítica de um ministro, procedimento pouco adequado, o melhor teria sido o Presidente pedir esclarecimentos a Sócrates e só depois tomaria uma posição.
Mas Cavaco preferiu responder taco a taco abrindo as hostilidades. Talvez o ministro da Administração Interna não tivesse a intenção mas é um facto que Cavaco e os seus brilhantes assessore caíram na casca de banana. Lá se foram os bons princípios de Cavaco, a sua disponibilidade para ajudar e a famosa cooperação estratégica.
Ahahhaahaha, este é o blogue mais cómico da blogoesfera. Afinal o MAI não diz asneiras. São cascas de banana para o Cavaco!
O Pinho não diz asneiras, são cascas de banana para a OCDE e o FMI.
O Grande Chefe não diz asneiras! Só prometeu criar 150 000 empregos. O homem não disse onde e ainda têm o descaramento de dizer que foram criados, mas no estrangeiro? São é pobres e mal agradecidos!
Depois admirem-se se ganharem outra vez com maioria absoluta, mas qualificada de 80%.
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