Durante uns bons anos, a subvenção que Eanes recebe como ex-presidente da República dava-lhe para os alfinetes e, ainda, para umas viagens a Navarra. Com a degradação dos vencimentos dos políticos, a subvenção atribuída aos ex-presidentes da República deteriorou-se.
Manuela terá, então, picado Eanes, lembrando-lhe que poderia acumular essa subvenção com a pensão de militar a que teria direito se não fosse o caso de receber a subvenção. Havia um pequeno óbice: a lei impedia essa acumulação.
Eanes terá batido às portas certas e os deputados ficaram tão sensibilizados que, segundo rezam os jornais, ter-lhe-ão perguntado: — O Sr. quer com retroactivos ou não? Parece que o único beneficiário da lei terá prescindido dos retroactivos, o que logo se fez constar nas redacções. A população em geral aplaudiu tamanho desprendimento, salvo um ou outro rezingão, que teima em não confundir o plano ético com o legal.
Não é preciso pesquisar muito para concluir que os períodos de turbulência fabricam figuras que, esquecidas as especificidades da época, se tornam ininteligíveis para quem as observe com a devida distância.
2 comentários :
Pobre diabo meio analfabeto!
É duplamente ilegítimo que o imbecil do Eanes receba a 2ª pensão. Como é que ele chegou a general?Ainda se lembram?
Estudou para isso? Claro que não.
Para quem já não se lembra, este bronco foi um general de aviário. Passou de major a general (na secretaria).
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