- “Como é natural nestes casos, existe uma palavra-chave: a palavra “recessão”. Chega a ser doentio o número de vezes que se fala nela, mesmo que não se saiba o que é. Tudo bem, admitamos que um dia destes o PIB vai cair: e depois? Nos últimos quarenta anos, isso aconteceu ao ritmo de uma vez por década: -4,3% em 1975, -1,9% em 1984, -1,2% em 1993, -0,8% em 2003. Pontos comuns: o facto ocorreu num só ano, a intensidade foi decrescente e, com excepção de 2003, sempre saímos em alta. Por que bulas não há-de ser assim desta vez?
(…)
Continuemos a raciocinar positivo. Depois do colapso das finanças públicas, o Governo levou a cabo um processo notável de consolidação orçamental, o que nos permite uma folga que, usada em contra-ciclo, poderá agora responder às necessidades mais urgentes: garantia de liquidez aos bancos, apoio fiscal às empresas, dotações pontuais às famílias carenciadas. Além disso, a inflação está controlada, o desemprego é gerível e, que eu saiba, nenhum organismo, nem mesmo o FMI, ousou até hoje prever um quadro recessivo para 2008-09. Não acham isto tranquilizador?”
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