domingo, outubro 26, 2008

Leituras

Pondo as leituras em dia:

• Cristina Casalinho, De que falamos quando falamos de crise:
    “Até agora nenhuma medida tomada para evitar o colapso financeiro foi destinada a inverter este fenómeno, que deixa os bancos no limbo. O consumo privado, que representa cerca de 71% do PIB americano (56% na EU), terá de encolher, reconstituindo-se poupança. Sobre os orçamentos das famílias americanas pesa ainda a subida dos preços e das taxas de juro. A pressão sobre o rendimento disponível das famílias também é visível na Europa e no resto do mundo. Embora as famílias europeias estejam menos endividadas, as empresas da UE estão mais endividadas e dependem mais de crédito bancário (cerca de 50% das suas responsabilidades é crédito bancário, contra 30% no caso dos EUA), numa envolvente de acentuadas restrições creditícias. O propulsor do crescimento europeu são as exportações. Efectivamente, o PIB europeu representa 16.1% do PIB mundial (21.3% nos EUA), mas as exportações europeias correspondem a 29.4% das exportações globais (9.6% no caso dos EUA). Olhando para o paradigma de consumo, para a dinâmica populacional e para a dependência das exportações, a Europa configura a possibilidade de um padrão de crescimento nos próximos tempos mais semelhante ao Japão que os EUA, onde a demografia, a mobilidade regional, a flexibilidade de mercados e investimento empresarial menor que o europeu conferem um crescimento potencial superior.”
• Daniel Amaral, Um Orçamento “perfeito”:
    “Dizem-me que este Orçamento é expansionista. Não é verdade. O saldo orçamental sem juros já é positivo e está a crescer, pelo que o orçamento é restritivo.”
    • Fernanda Palma, Tentativa de instigação:
      “Um acórdão recente do Supremo Tribunal de Justiça concluiu que um homem que pagou a outros para que matassem a sua mulher responde por tentativa de homicídio. A decisão só merece destaque porque os executores do crime aceitaram a ‘encomenda’, mas desistiram sem nada fazerem.”
    • Ferreira Fernandes, 'BORDA D'ÁGUA' MANDA NAS PRESIDENCIAIS AMERICANAS:
      «A 4 de Novembro, pois, eu hei-de virar-me para vocês e sussurrar (assim se fala quando se está numa cerimónia de nativos), contando-vos tudo: "Sabem, estes cidadãos do país mais industrial do mundo e com as melhores orquestras sinfónicas votam por regras ditadas pelos camponeses do Kentucky dos meados do século XIX..."

      É, as eleições do único país que já mandou um homem à Lua são regidas pelo Borda d'Água. As presidenciais são em princípio de Novembro porque nessa altura já acabaram as colheitas e ainda não vieram os grandes nevões. Sim, mas em que dia da semana? Ao domingo, não, porque é Sabbath, o Dia do Senhor. E era preciso um dia para ir até à vila de carroça, um dia para dar o voto e um dia para regressar. Fazendo as contas, para nenhum desses três dias ocupar o sagrado domingo, as eleições presidenciais só podiam ser terça-feira ou quarta. Mas quarta era dia do mercado. Ficou terça.»
    • João Paulo Guerra, Leitura :
      “De acordo com dados da avaliação do Plano Nacional de Leitura, ao cabo de dois anos em execução, os alunos estarão a ler mais e melhor e, dessa forma, a contribuir para aperfeiçoar os respectivos resultados escolares. Tal sucesso, a confirmar-se, tem tanto mais significado e alcance quanto esta é uma luta absolutamente desigual.”
    • Nuno Brederode Santos, OS QUE HÃO-DE GUIAR-TE À VITÓRIA:
      “Cego, surdo e mudo, o CDS avança aos tropeções por um corredor cada vez mais estreito e mais escuro. Um dia, Paulo Portas recordará melancolicamente o que foi mandar cada vez mais num partido que era cada vez menos.”

    1 comentário :

    Anónimo disse...

    Excelentes artigos, que esclarecem as nossas dúvidas.