domingo, dezembro 14, 2008

Mais leituras

• Daniel Amaral, A “luta” dos professores:
    «Para resolver um problema, precisamos de conhecer as causas que o originam. No caso da baixa produtividade, essas causas são essencialmente três: as condições de trabalho, associadas à organização das empresas e à qualidade dos gestores; a burocracia envolvente, que emana das funções do Estado; e a qualidade da mão-de-obra, fruto da escolaridade que herdámos dos nossos avós. Mas a razão principal é esta última: somos maus porque não cuidámos da Educação.

    Cuidar da Educação, a nível nacional, é uma tarefa hercúlea mas gratificante. No centro do processo, como é óbvio, hão-de estar os professores. A política a seguir, definida pelo Governo e acompanhada pelas escolas, deverá passar pela fixação de objectivos, pela escolha de meios e pela avaliação de resultados. E, como sempre acontece, da avaliação há-de resultar que uns professores são melhores do que outros. Tudo bem: os melhores deverão ser premiados e a vida continua.

    É aqui que surge o problema: os professores rejeitam avaliações. Claro que não é isso que dizem, mas é isso que se intui do que fazem. É curioso, aliás, como eles são contra tudo o que mexe e logo a seguir fazem greve. Foi assim em 2005, já não me recordo porquê; foi assim em 2006, porque não gostavam dos horários; é assim em 2008, porque a avaliação é uma chatice. Birrinhas corporativas: no fundo, eles não querem perder privilégios. E nós? Vamos querer que eles não queiram?

    A resposta está nas mãos de Sócrates. E creio que já não haverá meio-termo: ou cede ou não cede à chantagem dos professores. Se optar pela cedência, o melhor é esquecermos a reforma da Educação, pelo menos por mais dez anos. Será a vitória do corporativismo balofo, do sindicalismo incoerente, dos partidos bota-abaixo. Será também a derrota dos que se opõem à terra queimada. A “luta” dos professores é uma luta contra o desenvolvimento do país

14 comentários :

Anónimo disse...

"A resposta está nas mãos de Sócrates. E creio que já não haverá meio-termo: ou cede ou não cede à chantagem dos professores."

cede ou não cede!!?? quando se abdica da avaliação pedagogica-cientifica dos professores em sala de aula é a morte de qq sistema de avaliação digno desse nome! ou seja, o Socrates cedeu completamente à "chantagem" apenas não deixou cair as palavras " "sistema de avaliação" porque o Governo XUXA promove ilusões...

Anónimo disse...

Palavras serias e verdadeiras de D.A., os vicios pagam-se caro e este Governo acabou com os viciados em não fazer nada.

Ricardo Ferreira disse...

Manias de considerar que os professores não querem ser avaliados.



Eu coloco uma questão às pessoas deste blog: Já alguma vez deram aulas?

Como avaliar a produtividade dos professores?

Anónimo disse...

Gato escondido com rabo de fora:
Se a questão é mesmo só a avaliação, qual o motivo de se estabelecer um limite (arbitrário) de n.º de professores para a classificação máxima?
Nota: eu não sou professor.

Anónimo disse...

Mas Sócrates não cedeu, e eu aplaudo,e os senhores pofessores vão ter 5 dias para começar a avaliação (os que ainda não começaram, que não são muitos) e os Conselhos Executivos serão esponsabilizados pelo que acontecer. Mais um voto em Sócrates.

Anónimo disse...

Avaliar os profes é muito facil, basta seguir este criterio:
- assiduidade e empenho
- produtividade dos alunos ao fim do ano
- metodos de (ensino)
- relação inter pares
- pontualidade
- polivalencia (escolar)
- objectivos anuais
Estes eram os parametros pelos quais fui avaliado ao longo de 40 anos, mas vistos numa prespectiva industrial.

Anónimo disse...

Caro Ricardo,

Avaliar é sempre possível. Tem que se identificar com o estado da arte. O mal está no que disse, é que não basta ensinar é preciso aprender...

Anónimo disse...

Limite máximo porquê?
Porque nem todos que correm uma maratona vão para o pódio. Só os melhores!
Se todos fossem não existiria competitividade. Certo?
Será que um aluno que tem 18 ( muito bom) tem garantia de entrada em Medicina? Quotas...
Zé Centrista

Anónimo disse...

PROFESSORES: UMA DERROTA ANUNCIADA





A partir do momento em que os professores transformaram uma luta laboral num combate político subvertendo todas as regras e imaginando que era possível transformar as escolas em "território libertado" pelo PCP e Bloco de Esquerda a sua derrota era inevitável. Ninguém aceitaria que um grupo profissional se substituísse a um governo legítimo.

A derrota dos professores começou quando foram incapazes de conquistar o apoio de uma população que há muito sabe o que se passa nas escolas, comportamentos indignos de alguns professores, como os que apoiaram os alunos que se manifestaram contra a ministra atirando ovos e tomates, isolaram a classe. A intransigência dos sindicatos que chegaram mesmo a apresentar um proposta idiota de auto-avaliação conduziu os professores à maior derrota sindical do pós-25 de Abril.

Mário Nogueira passa de herói à personalidade mais idiota do movimento sindical, pensou que mudava o regime político com o apoio dos professores.

Setora disse...

Ó camururu, os viciados em não fazer nada são sempre intocáveis. Que ingénuo você é!

Pedro Sousa disse...

O mal deste debate é passar quase sempre da discussão da avaliação para o facto de os professores serem pouco trabalhadores.

Eu sou a favor da avaliação, acho que o Governo não deve ceder mais, pois isso é promover o Sr. Mário Nogueira, que há muito deixou de estar preocupado com os professores e passou a estar preocupado com as eleiçoes e com o seu lugar de deputado na bancada do PCP.

No entanto, tenho uma irmã professora e garanto-vos que ela se farta de trabalhar. Ela e muitos outros...

Isto não tem a ver com o julgamento da classe docente. Tem a ver com a sua avaliação.

Pedro Sousa disse...

O mal deste debate é passar quase sempre da discussão da avaliação para o facto de os professores serem pouco trabalhadores.

Eu sou a favor da avaliação, acho que o Governo não deve ceder mais, pois isso é promover o Sr. Mário Nogueira, que há muito deixou de estar preocupado com os professores e passou a estar preocupado com as eleiçoes e com o seu lugar de deputado na bancada do PCP.

No entanto, tenho uma irmã professora e garanto-vos que ela se farta de trabalhar. Ela e muitos outros...

Isto não tem a ver com o julgamento da classe docente. Tem a ver com a sua avaliação.

Pedro Sousa disse...

O mal deste debate é passar quase sempre da discussão da avaliação para o facto de os professores serem pouco trabalhadores.

Eu sou a favor da avaliação, acho que o Governo não deve ceder mais, pois isso é promover o Sr. Mário Nogueira, que há muito deixou de estar preocupado com os professores e passou a estar preocupado com as eleiçoes e com o seu lugar de deputado na bancada do PCP.

No entanto, tenho uma irmã professora e garanto-vos que ela se farta de trabalhar. Ela e muitos outros...

Isto não tem a ver com o julgamento da classe docente. Tem a ver com a sua avaliação.

Anónimo disse...

A ignorância e a lambe-botismo do articulista (e comentadores) em relação ao PS são típicos e confrangedores. Você não sabe do que fala, claramente. E nem o argumentário livresco, com cheiro a bafio de academia, disfarçam o evidente: desconhecimento e pura ignorância. Informe-se a sério e deixe de lado as manobras sindicais-partidárias. Isso é apenas a espuma da coisa. Leia ... a realidade pura e dura! Fale com quem vive as coisas! Não verta discursos balofos e poeirentos, com um toque de academismo intelectualoide q.b. para ficar bem! Aprenda ... a escutar!