“Não gosto dele [Sócrates] porque nos fez admitir a política do irremediável. Porém, este caso do Freeport fez-me reflectir sobre a natureza da indignidade e os fundamentos da sordidez. Nos últimos três anos, o homem foi acusado de forjar uma licenciatura, de ser homossexual (uma acusação abjecta, com remetente conhecido) e, agora, de estar envolvido numa tecelagem de corrupção. A história escora-se numa trama obscura, mas o estilo caracteriza a procedência. Não pertenço à matilha. As desprezíveis fugas de informação parecem obedecer a um calendário político. Seria Sócrates muito tolo, e não o é, acaso se se deixasse enredar numa teia tão rudimentar e insensata quanto os noticiários no-lo revelam. Creio que esta ruideira não o afectará politicamente. Lembram-se da campanha contra Sá Carneiro? Viver em Portugal é perigosíssimo.”
«Um administrador, em 2001 (!), estava "intranquilo" com a forma como era gerida uma sociedade financeira! Tivesse o Banco de Portugal a presciência de acatar o aviso e alertar a banca mundial e não teríamos a crise que hoje vivemos. Mais coisa menos coisa, foi sempre o mesmo "modelo de gestão" - do BPN ao Lehman Brothers - que deu cabo disto.»
“É uma das ironias da história económica que a acção de muitos economistas académicos convencionais tenha sido parcialmente responsável pelo retorno dos padrões de instabilidade que tornaram cada vez mais pertinente a teoria económica crítica, que sobreviveu nas margens da disciplina. É por isso preciso trazê-la para o centro do ensino e do debate sobre as reformas económicas. Quem tem medo do pluralismo?”
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