“O hábito do «mentido» e «desmentido»”¹

A edição de ontem do Expresso dava conta de que o Presidente da República:

• “quer autárquicas com legislativas…”
• “… e chumba mais uma lei do PS”.

Vamos por partes:

1. Relativamente à marcação da data das eleições legislativas, a presidência da República — através de um comunicado e não de uma qualquer irrequieta “fonte” — desmente: “O Presidente da República não falou absolutamente com ninguém sobre o assunto, nem obviamente autorizou alguém a falar em seu nome”. A bola está agora do lado do Expresso.

2. Relativamente à notícia do chumbo da “lei do PS” — segundo a qual os partidos políticos “já estão a par das intenções de Cavaco” —, o comunicado da presidência da República nada diz.

Mas o PS considera a notícia “uma especulação jornalística”, uma vez que não tem conhecimento de que “a Assembleia da República tenha recebido qualquer indicação sobre a decisão do Presidente da República em relação a essa matéria”. Por que não a desmentiu também a presidência da República?

Há qualquer coisa que não bate certo. Ou como diz Mário Crespo: “Uma coisa é certa: ou as notícias saem lá de dentro [presidência da República] ou são inventadas pelos jornais.”

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¹ Título inspirado nas Conquilhas de Tomás Vasques.