- «A mais elementar prudência recomendaria um recuo nas políticas empresariais, até agora traduzidas numa subida exponencial dos ganhos dos quadros de topo, alargados a "fringe benefits" e outras vantagens, que, muitas vezes, os próprios se atribuem.
Alguns recearão a perda das nossas elites. É reduzido esse risco. Aliás, olhando o estado do País, tem de se reconhecer que talvez houvesse vantagem em substitui-las. Com relação custo-benefício mais favorável.
Fixemo-nos, por agora, nos prémios e nas reformas com esquemas criados especificamente para altos quadros das empresas e administradores.»
- «Quando, nos primeiros anos da sua vida profissional, trabalhava numa sociedade de investimento londrina, Peter Drucker tinha um colega que se ocupava exclusivamente na compra e venda de acções da General Motors. Um dia, Drucker deixou-lhe em cima da secretária um recorte de um artigo sobre o futuro da indústria automóvel. "Por que é que me puseste isto aqui?", perguntou-lhe o outro na manhã seguinte. E foi então que Drucker descobriu que ele ignorava que a General Motors era uma empresa automóvel.
(…)
Alguns gestores responderão que essa informação não pode ser publicamente revelada sob pena de pôr em risco a vantagem competitiva das empresas. O certo, porém, é que, quando esta crise acabar, os investidores vão querer saber muito mais do que no passado sobre o que é feito com o seu dinheiro. As sociedades anónimas terão que resignar-se a divulgar informação mais relevante sobre os seus negócios como uma contrapartida indispensável do direito a gerirem os capitais que o público lhes confia.»
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