sexta-feira, março 13, 2009

Leituras

• Cristina Casalinho, Angola: agora:
    “A estabilização da produção petrolífera próximo do potencial implica que o crescimento angolano passa a depender essencialmente dos sectores não-petrolíferos. A diversificação da estrutura económica angolana exige a criação de infra-estruturas indispensáveis para a mobilidade de pessoas e bens dentro do país: para tal é imprescindível o investimento público. Mas, paralelamente e sobretudo quando o investimento público se encontra restringido, a atracção de investimento estrangeiro é primordial para assegurar um crescimento sustentável.”
• Fernanda Câncio, POBREZA DESDOBRADA:
    “Este raciocínio, em última análise, leva ao fim das políticas de combate à exclusão e favorece o discurso dos que propõem largar cada um à sua sorte. É, no entanto, o raciocínio que mais comummente articula quem se reclama como grande defensor dessas políticas e, pasme-se, dos direitos dos mais desfavorecidos. É o raciocínio que levou a que durante 35 anos de democracia tão poucas vezes se tenham feito as perguntas certas - quantos bairros sociais há, quanto custaram, em que estado estão, quem lá vive e há quanto tempo, qual o seu rendimento médio, que idade tem, qual o motivo da atribuição da casa , qual o valor das rendas, qual o modo como são calculadas e qual a respectiva taxa de cumprimento - e nunca se tenham ouvido as respostas. Suspeita-se até de que ninguém as conheça. Sucede que sem regras claras e justas as políticas sociais correm o risco de não servir para aquilo a que se propõem - ajudar os que de facto precisam - e de funcionar como uma espécie de multiplicador da exclusão. É tempo de que quem as defende - a esquerda, portanto - pare de se desdobrar em desculpas e assuma as suas responsabilidades.”

Milagros Pérez Oliva, Periodismo de calidad en tiempos de crisis:
    “¿Cómo conciliar rapidez y rigor en la publicación de noticias en el diario digital?”
• Pedro Lains, Dores de crescimento:
    “(…) Portugal está numa situação semelhante à da Europa Central. Embora não tão grave como a Leste - ou como no nosso passado, nomeadamente em 1891-92, 1918-24 e 1979-83 -, é uma situação preocupante. Também por cá os problemas não são só nacionais nem foram provocados por uma tão propalada e jamais demonstrada falta de "consciência nacional". A comparação com Leste é importante para se perceber que a fonte do endividamento externo português não é exclusiva: é comum ao resto da periferia.”

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