Fazendo coro com a restante rapaziada da Dr.ª Manuela, Castro Almeida acaba de mostrar na RTP-N como se pode atribuir aos outros aquilo que se está exactamente a fazer. Afirmou o “comentador” (e membro da Comissão Política do PSD) que Sócrates tentou condicionar a justiça, ao afirmar a sua inocência perante o congresso do PS.
Castro Almeida esquece um pormenor: o Ministério Público já esclareceu, ao mais alto nível, que Sócrates não é suspeito nem arguido de coisa nenhuma. Consequentemente, quem quer condicionar a justiça é Castro Almeida que, apesar disso mesmo, quereria que o primeiro-ministro fosse perseguido criminalmente.
Mas Castro Almeida fez ainda pior. Disse com ar misterioso que Sócrates só fez a sua intervenção no congresso do PS por saber que o processo Freeport vai ser arquivado em breve. Castro Almeida está a lançar uma gravíssima suspeição sobre o procurador-geral da República e os procuradores que são titulares do processo.
Talvez seja a grande oportunidade para o presidente cessante António Cluny e a sua tribo sindical lavrarem um veemente protesto. Ou não acham eles que agora é que está a haver uma inadmissível pressão sobre os magistrados do Ministério Público?
3 comentários :
Um tonto. Mas se Sócrates já tinha afirmado a reafirmado a sua inocência antes, que terá acrescentado, a uma pretensa pressão sobre a justiça, que o tenha feito de novo, fosse no congresso ou fora dele?
Depois, quando alguém se tem por inocente, deve dar-se por culpado como condição para não ser acusado de fazer pressão sobre a justiça?
O Caso Freeport traduz a incompetência da polícia que temos e a mediocridade do Ministério Público que não temos. É uma aliança verdadeiramente explosiva. Mas não é caso único. A investigação criminal está cheia destes casos. Pior do que a sua gestão política, é a sua gestão corporativa (lido algures e concordo). Com impunidade absoluta.
A mediocridade grassa por entre aqueles que se dizem políticos, infelizmente!
Um abraço ;)
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