- “Ao longo de quase duas décadas, os países da União Europeia alienaram progressivamente os instrumentos de gestão das suas economias. Muitos de nós acreditámos, na nossa santa ingenuidade, que teria ocorrido uma genuína transferência de poderes para o centro, mas nada disso se passou. Como o aprofundamento da união política foi sempre preterido em favor do alargamento a mata-cavalos, as políticas económicas nacionais não foram substituídas por políticas económicas europeias, de forma que o que hoje sobra é o vazio.
O Banco Central Europeu é um original exercício de humor negro, combinando a máxima independência com a mínima preocupação em relação ao crescimento e ao emprego. A política orçamental comunitária pura e simplesmente não existe, excepto para quem acha que o incentivo à concorrência fiscal entre países membros merece esse nome.
É o estado mínimo em todo o seu esplendor, ou seja uma União Europeia de má qualidade mas baratinha.”
- “Como tem sido repetido, a crise que enfrentamos é importada. Este facto inviabiliza uma responsabilização directa do Governo pelas suas manifestações domésticas. Contudo, a dimensão da crise é de tal modo avassaladora que tende a limpar os históricos políticos domésticos. Perante uma crise desta dimensão, o que os eleitores vão querer saber não é tanto o que foi feito até aqui, mas, sim, o que os projectos políticos em competição pretendem fazer no futuro. As próximas eleições não assentarão por isso, como tenderia a acontecer num contexto normal, essencialmente numa avaliação da actual governação anterior às respostas de emergência à crise, mas, sim, no que será sugerido como nova narrativa para o tempo novo que agora começa.”
2 comentários :
É pá
No Blasfémias anda tudo a barafustar
CAA e JPP com Tiagos e Fal pelo meio
Outra sugestão:
A condenação de Virgolino
Enviar um comentário