quarta-feira, março 11, 2009

Leituras

• Marina Costa Lobo, A escolha de um primeiro-ministro:
    «Nesta eleição, muitos denunciam a nova deriva "autoritária" da liderança de Sócrates. Mas não é o melhoramento da democracia partidária que os move.»
• Pedro Adão e Silva, Três anos, dois mandatos:
    “O tema da reeleição é, aliás, um bom observatório do que se pode passar no próximo ano. Ao contrário dos presidentes anteriores, Cavaco Silva não tem conseguido alargar significativamente a sua base ideológica inicial. A sucessão de vetos políticos em temas que se prendem com a qualidade da democracia (ex. o veto à lei da responsabilidade civil extra-contratual do Estado) e a sua afirmação conservadora nos temas dos costumes (da oposição à lei do divórcio ao anúncio de discordância em relação ao casamento homossexual) têm limitado claramente a sua afirmação à esquerda.

    Num momento em que a predisposição do eleitorado para votar à esquerda é manifesta e em que o centro gravitacional da política se deslocou para o reforço das políticas públicas no combate à crise económica e social, a rigidez de Cavaco Silva pode torná-lo no primeiro Presidente a não ter a reeleição garantida.”

2 comentários :

Anónimo disse...

a rigidez de Cavaco Silva pode torná-lo no primeiro Presidente a não ter a reeleição garantida" É bom que assim seja. Antes isso que os malabarismos do Dr. Sampaio.

Nicolae Santos disse...

Para isso era necessário um candidato que fosse capaz de oferecer uma alternativa de centro vocacionada para causas de esquerda como o apoio aos desfavorecidos e prejudicados por esta crise. Para isso era preciso alguem que falasse para aqueles que, esperam uma palavra de esperança e diálogo em vez de um contra poder para enfrentar o governo. Para isso era preciso um António Guterres que está ocupado noutras lides. Para isso era preciso tudo menos um Alegre que vai federar os votos dos radicais de esquerda, juntá-los a 1/3 do eleitorado do PS e assegurar a reeleição do Cavaco de Boliqueime. Não tenham ilusões, o caminho da extrema esuerda continua a ser provar ao PS que a revolução de Outubro foi mais importante do que a entrada dos socialistas democráticos no poder. O que é triste é que muitos que se reclamam democratas façam o jogo dos descamisados da história. O que é de lamentar é que essa gueera civil na esquerda os leve a preferir soluções em que a direita é poder a soluções em que uma familia de esquerda que não a deles possa governar.
Cavaco será de novo Presidente, não por o merecer, não por a populaçãono queres, mas apenas por ser o menos odiado, sim, porque é impossivel a um "bloqueado de esquerda" entender que uma via democrática para uma sociedade tendencialmente igualitária é possivel.