Era já noite entrada quando a vizinha veio lá a casa pedir autorização para a passagem do tractor que amanhã lhe vai preparar o quintal para as batatas de semente holandesa.
Por casualidade, num televisor sem som decorria o telejornal da estação pública e no respectivo rodapé passava o costume: títulos, frases mal construídas e português a precisar de escola primária.
Apontando para o aparelho, que nessa altura dava político a fazer exigências, a vizinha disse:
- Não se sente quem não é filho de boa gente ... quem não está bem que se ponha melhor...
E, perante o silêncio lá de casa, acrescentou:
- Vou a caminho dos sessenta e já no tempo da minha avó ouvia esses ditos como a voz do povo...
Contributo de Manuel T.
1 comentário :
Crise, romantismo e oportunismo
Comparada com o que sucederia à economia portuguesa se fossem aplicadas as medidas propostas pelo PCP, BE e alguns alegristas a actual crise financeira não passaria de uma pequena simulação. A mistura de um falso romantismo com oportunismo político levam personalidades como Louça, Jerónimo de Sousa a tentar mobilizar as massas criando a falsa ideia de que o paraíso é possível, para o alcançar bastaria mudar algumas políticas.
Vejam-se as dificuldades no acesso ao crédito e imagine-se o que sucederia se estes partidos chegassem ao poder. A primeira consequência seria uma profunda crise financeira com as empresas a fecharem por falta de financiamento e a perda de mercados.
Mas é evidente que o problema seria fácil de resolver, sem limites ao défice público aumentar-se-iam os subsídios de desemprego, aumentava-se o emprego público e tornavam-se gratuitos todos os serviços públicos. Como estas medidas seriam insuficientes para travar o desemprego alterava-se a legislação laboral para dificultar o desemprego e, se tal não bastasse, as empresas com lucros seriam proibidas de despedir.
Imaginação minha? Basta ler as propostas do BE e do PCP para se concluir que é exactamente o que se propõe.
Como seriam financiadas as empresas? Com subsídios estatais. Como se conseguiriam mercados para empresas cada vez menos competitivas? Negociando com amigos como Cuba ou Coreia do Norte. Como manter o emprego? Aumentando o emprego público financiado por défices públicos crescentes.
Todavia estas soluções fáceis e românticas ainda conquistam a simpatia de muita gente, para isso ajuda a ignorância e o oportunismo de alguns grupos corporativos. Não admira que a CGTP consiga mobilizar uma boa parte dos eleitores do PCP para grandes manifestações. Enquanto o mundo, incluindo a poderosa China comunista, procuram soluções para uma crise de dimensões ainda não definidas, por cá o Carvalho da Silva e outros têm solução fácil para tudo.
Depois esqueceriam “Abril” e andariam décadas a falar do Portugal de 2009, mais uma grande experiência comunista em Portugal.
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