sexta-feira, abril 24, 2009

Cavaco e Sócrates: crise matrimonial ou divórcio? [2]

Um outro extracto do artigo de Júdice no Público, no qual procura as causas para os sucessivos ataques de Cavaco ao Governo:
    “(…) durante os três anos que levam de coabitação, seguramente que o Presidente da República já teve vários momentos em que teria podido fazer o que fez neste discurso que provocou um começo de tempestade. Não o tendo feito então e fazendo-o agora, é evidente que não são as razões de crítica ou as razões de queixa que estão na origem da intervenção. Posso estar errado, como é óbvio, mas descortino algumas causas:

    (1) o agudizar da crise económica pode tornar Cavaco Silva refém do Governo, pelo que neste momento ainda é possível criticar, mas daqui a uns meses já será menos;

    (2) a evidente coligação entre o PS e Manuel Alegre para as legislativas permite admitir que em 2011 este será o candidato de toda a esquerda, com hipóteses de ganhar pelo menos equivalentes às de Santana Lopes em Lisboa, e por isso Cavaco está a começar o processo de reunificação das tropas e a tentar ajudar o seu bloco de apoio para as legislativas, tentando evitar que nas europeias o PSD tenha um resultado muito mau;

    (3) Belém foi invadida pelo populismo antiempresarial que grassa em Portugal; ou

    (4) as relações pessoais e de confiança, que aparentemente caracterizaram a primeira fase do "casamento", perderam-se por motivos que não conhecemos, mas que talvez devêssemos ter o direito de conhecer.”

1 comentário :

don francisco disse...

Excelente artigo e que nos dá uma ideia como Cavako actua subterraniamente para atingir os seis objectivos.