- “(…) durante os três anos que levam de coabitação, seguramente que o Presidente da República já teve vários momentos em que teria podido fazer o que fez neste discurso que provocou um começo de tempestade. Não o tendo feito então e fazendo-o agora, é evidente que não são as razões de crítica ou as razões de queixa que estão na origem da intervenção. Posso estar errado, como é óbvio, mas descortino algumas causas:
(1) o agudizar da crise económica pode tornar Cavaco Silva refém do Governo, pelo que neste momento ainda é possível criticar, mas daqui a uns meses já será menos;
(2) a evidente coligação entre o PS e Manuel Alegre para as legislativas permite admitir que em 2011 este será o candidato de toda a esquerda, com hipóteses de ganhar pelo menos equivalentes às de Santana Lopes em Lisboa, e por isso Cavaco está a começar o processo de reunificação das tropas e a tentar ajudar o seu bloco de apoio para as legislativas, tentando evitar que nas europeias o PSD tenha um resultado muito mau;
(3) Belém foi invadida pelo populismo antiempresarial que grassa em Portugal; ou
(4) as relações pessoais e de confiança, que aparentemente caracterizaram a primeira fase do "casamento", perderam-se por motivos que não conhecemos, mas que talvez devêssemos ter o direito de conhecer.”
1 comentário :
Excelente artigo e que nos dá uma ideia como Cavako actua subterraniamente para atingir os seis objectivos.
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