segunda-feira, abril 27, 2009

"Instituições de investigação e judiciárias não são respeitáveis na medida em que o segredo de justiça está furado"

Miguel Veiga dá hoje uma extensa entrevista ao Diário Económico. Depois de um longo período de silêncio, o apoiante n.º 1 de Rui Rio reaparece, certamente uma mera coincidência com as recentes tomadas de posição públicas do autarca do Porto.

Destaco da entrevista apenas a parte em que se refere a José Sócrates:
    DE — O que acha do envolvimento de José Sócrates no caso Freeport?
    MV — Ele tem alguma razão porque está a ser atingido na sua honradez e na sua dignidade como homem.
    DE — Está a alinhar na teoria do primeiro-ministro de que o caso Freeport é uma cabala?
    MV — Não, até porque sou jurista, mas acho desprezível e repugnante os julgamentos da praça pública. Por isso é que existem instituições de investigação e judiciárias, mas elas próprias não são respeitáveis na medida em que o segredo de justiça está furado. O segredo de justiça neste país é um autêntico segredo de polichinelo.
    DE — Percebe a vitimização de José Sócrates?
    MV — Não, percebo que ele reaja e que procure defender-se também na praça pública na medida em que é aí que está a ser atacado. Quanto ao inquérito não faço juízos porque aguardo prudentemente.

2 comentários :

CS disse...

Caro Miguel,

Podemos sempre ver as coisas pelo lado divertido. Eu sugeria que lesse as doze reacções curtas ao novo outdoor do PSD:
http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/04/reportagem-possivel-do-marques-em.html
Abraço,
Carlos

Anónimo disse...

O que se passa com o segredo de justiça no caso Freeport é uma vergonha. Mas é também uma vergonha em tantos outros casos, do qual será exemplo o caso da criança desaparecida no Algarve. É pena que o Dr. Miguel Veiga, ou o Dr. Mário Soares, ou o Dr. Proença de Carvalho, suscitem a questão quando está em causa o Primeiro Ministro e não o suscitem sempre que isso se verifica, seja quais forem os casos. O conluio entre polícias, magistrados e jornalistas (e alguns políticos, já agora) não será fácil de desarticular. É uma estrutura mafiosa, ou será que estou a exagerar?