segunda-feira, abril 20, 2009

Os métodos das corporações

O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público está em pé de guerra porque o Governo reduziu as férias de Verão dos magistrados e aboliu o subsistema de saúde, integrando-os na ADSE. Tanto bastou para que o inesquecível Cluny se tivesse deslocado a Genebra para se queixar às instâncias internacionais (que nunca deram sinal de o ter recebido), admitindo então que a situação de penúria dos magistrados poderia levá-los a se corromperem.

Os notários são outro grupo que resiste à mudança. Com a simplificação de procedimentos e a perda do monopólio, é natural que o notariado tenha deixado de ser a galinha dos ovos de ouro que era. Eles não se conformam. Soube-se hoje que a campanha negra contra José Sócrates tem um aliado de peso: a Ordem dos Notários, que enviou e-mail aos notários a pedir todas as escrituras em que Sócrates interveio para as distribuir pelos jornalistas.

Yo no creo en brujas, pero que las hay... hay.

21 comentários :

Anónimo disse...

Sr. Miguel alguma vez os magistrados tiveram mais que um mês de férias?
As férias judiciais não tinham nada a ver com as férias dos magistrados.
Uma mentira repetida muitas vezes não passa a ser verdade.
Haja decoro as pessoas não são todas parvas.
Porra.
jojoratazana

Francisco disse...

Ainda estou para conhecer uma Ordem Profissional que actue de acordo com os seus objectivos.. de Ordem Profissional.
As OP não existem para distribuir títulos de bastonário nem para disfarçar sindicatos/cartéis.

Anónimo disse...

Mas, as escrituras não são "actos públicos"? Se são públicos.....porque não se há-dem saber?

As Finanças não pedem as cópias das escrituras?

Ou a Lei é só para alguns?

ana disse...

Parece que os julgamentos vão passar a ser feitos pelos jornalistas e respectivos órgãos de cs. É bom, poupa-se dinheiro.Tribunais, MP, o que é isso? Temos o jornalismo de investigação, não é preciso mais nada. E como, segundo afirma d. carla, o servicinho está disponível para qualquer cidadão, eu também gostava de saber em que escrituras figura o nome do meu vizinho do lado, de quem eu não gosto porque não apanha o cócó do cão. Por causa disso chamei-lhe badalhoco, aí ele disse que a badalhoca era eu e agora só quero apanhá-lo seja no que for e mesmo que não o apanhe não faz mal porque basta espalhar a notícia ainda que eu a deturpe e também para isso já contactei o cm, o público, a tvi, a sic, que decerto me darão uma ajudinha.

don francisco disse...

Que o fascismo das corporações está aí, não tenho duvidas.

Só Socrates as combateu e agora está a pagar por isso.

Amanhã seras tu.

don francisco

Francisco Clamote disse...

Miguel:
O procedimento da Ordem dos Notários é grave e lamentável. Neste ponto concordo consigo e ponto final, mas o Governo não está livre de críticas no que respeita às medidas tomadas em relação aos notários: Privatizá-los, obrigá-los a fazer despesas enormes com a instalação de cartórios (em escritórios de qualidade, qualidade que não existia quando os cartórios eram públicos, pois alguns eram autênticas estrabarias - sei do que falo) e, em seguida, retirar-hes competências e atribuí-las a torto e a direito, como se a "fé pública" fosse bacalhau a pataco,(ou antes, de borla) desculpará, mas tal atitude não é própria de um Estado entendido como pessoa de bem. E não colhe o seu argumento do "monopólio" porque "monopólios" desses é o que mais temos. Se o exercício da função notarial era um monopólio (ainda assim justificado pela fé pública atribuída ao notário), então que diremos do "monopólio" do patrocínio judiciário e da consulta e aconselhamento jurídico reservados aos advogados? E da prática da medicina aos médicos ? E por aí afora? Concordo com as medidas de simplificação, sim senhor, mas todas essas medidas podiam (e, a meu ver, deviam) ter sido feitas com a colaboração dos notários. Além dos mais, pergunto-me se,com a atribuição aos advogados, solicitadores (e não só) da competência para a prática da generalidade dos actos notariais (nesta altura, se bem julgo, só escapam os testamentos) não foi posta em crise a fé publica e mesmo a segurança jurídica. Temo que sim e o tempo e as acções em tribunal o dirão.
Cumprimentos.

Anónimo disse...

e ainda não se viu mais um truque corporativo, agora nos juizes-ver comentários in
http://www.inverbis.net/juizes/antoniomartins-contra-tentativas-poder-politico-legislativo.html#jc_allComments

incrível.

João Narciso disse...

O Jornal "Público" de 2ªf foi o mais "situacionista" dos últimos tempos, com aquilo das listas do PSD e esta história dos notários. Alguém sabe informar se era o dia de folga José Manuel Fernandes?

Não se admite!

Anónimo disse...

As compras e vendas de imóveis agora podem ser efectuadas nos escritórios de advogados.
Esse arquivo é público ou estás sujeito ao regime do sigilo profissional.
No entender do Bastonário da OA os escritórios são invioláveis.
Em suma, o Governo arranjou uma maneira de se esconderem as vigarices, deixando os arquivos de serem públicos e passando a ser secretos nos escritórios dos advocados.
Tudo transparente como é costume.
Por alguma coisa as medidas do pacote Cravinho contra a corrupção foram rejeitadas...

Anónimo disse...

Os serviços sociais da Presidência do Conselho de Ministros já foram extintos?
O Secretário de Estado Conde Rodrigues afirmou que eles seriam extintos há dois ou três anos e ainda não dei conta da sua extinção...

Anónimo disse...

Os serviços sociais da Presidência do Conselho de Ministros já foram extintos?
O Secretário de Estado Conde Rodrigues afirmou que eles seriam extintos há dois ou três anos e ainda não dei conta da sua extinção...

Anónimo disse...

A Bastonária dos Notários, reagindo às críticas do Sec. Estado à sua actuação, acusa o Governo de não saber «lidar com críticas».

http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=132801&dossier=Caso Freeport

ana disse...

"Mas, as escrituras não são "actos públicos"? Se são públicos.....porque não se há-dem saber?

As Finanças não pedem as cópias das escrituras?"

Pois há-dem, há-dem, anónimo. Até porque as Finanças pedemzi-as.

Anónimo disse...

Isto da Senhora Bastonária inscreve-se na actividade dessa central de informação anti-democrática contra um governo legitimamente eleito, central inorgâncica e por isso mesmo irresponsável. Só falta descobrirem que houve fraudes e corrupção nas últimas eleições. Lá chegaremos. A pulsão fascista anda por aí e o manto diáfano é de esquerda. A mentira sistemática e a intriga endémica são as suas principais características.

Anónimo disse...

As escrituras são públicas. O Ministério da Justiça revela-se ignorante. Ou então quer esconder alguma possível ilegalidade, fraude, burla, corrupção ou fuga ao fisco ? Quem não deve, não teme. Este Governo "deve", por isso "teme".

Anónimo disse...

A ignorância e os apetites fascistas dão nisto: confundir publicidade com devassa.

Anónimo disse...

O Abrantes desconhece por completo como se faz uma busca.
A título informativo, se uma pessoa quer saber quais as escrituras que existem em nome da pessoa A dirigi-se a um cartório.
De seguida é feito um pedido de difusão a nível nacional.
Não existem limites à pesquisa e este é o procedimento standard utilizado em milhares de casos.
Quando um jornalista, particular como tantos outros , solicitou uma pesquisa em nome do Eng. José Sócrates deixou de ser um procedimento corrente para passar a ser uma campanha negra.
Muito esclarecedor...

Burns disse...

esta a tentar esconder algo????
olhe que as escrituras sempre foram publicas

Joe Rod disse...

Cá para mim ainda vão descobrir a escritura pública da marquise do excelso boliqueimado. Aí é que é o caraças...

Anónimo disse...

Será que afinal as escrituras públicas são privadas quando os negócios envolvem membros do Governo?
É grave o Secretário de Estado que tutela o notariado dizer que os notários não podem fornecer certidões de escrituras públicas por envolverem o Primeiro Ministro, pois ou revela desconhecimento sobre matéria que tutela ou pretende violar deliberadamente a lei para proteger um amigo.
O procedimento seguido pelo jornalista é legal e o dos notários também.
De certeza brevemente teremos novas regras sobre a divulgação de escrituras públicas.
A berlusconização está a chegar a Portugal.

Notório disse...

Bom, esta história é a cereja em cima do bolo para os Notários.

Procuro por motivos profissionais onde foram lavradas três escrituras. Já tentei a busca em cerca de 100 Cartórios, a até à data: nada!

Vou enviar um pedido de buscas directamente à Ordem dos Iluminados, perdão, dos Notários,pode ser que tenha a mais sorte.