quinta-feira, abril 30, 2009

Quando a Dr.ª Manuela quis reescrever a história



Houve comentadores que se mostraram desagradados por o João ter desenterrado umas declarações da Dr.ª Manuela em que defendia com unhas e dentes o TGV. Sustentam os referidos leitores que essas declarações foram proferidas há muitos anos.

Há no entanto uma boa razão para o João se ter lembrado em boa hora das sábias palavras da Dr.ª Manuela. É que, na amável conversa que manteve na segunda-feira com Mário Crespo, a líder do PSD começou por frisar que não havia assinado nenhum documento a aprovar a construção do TGV e, só a custo, disse depois estar solidária com o governo de que era a n.º 2.

A verdade é que, à época, a Dr.ª Manuela não se limitou a uma mera solidariedade institucional. Disse então a ministra de Estado e das Finanças que a construção da linha de comboio de alta velocidade (TGV) é uma prioridade nacional e mostrou-se satisfeita com o aumento da taxa de comparticipação comunitária (de 10 para 30 por cento).

Faz toda a diferença.

10 comentários :

xico ribeiro disse...

Esta sra. não tem qualquer credebilidade.Ao longo da sua carreira politica tem travestido os temas mais importantes.
É uma boa dirigente para o psd, para eles serve.
O País merece muito mais e só Socrates reune a mais valia que a Nação reclama.

Prof-Forma disse...

O problema está em que o fulcro da argumentação não era sobre a eventual «revisão» da posição de MFL in illo tempore, mas sobre a incoerência entre o então e o agora: quem quiser ler aqui o ponto que intentava fazer-se era o de que [e]m Bruxelas nem queriam acreditar.
Quando hoje de manhã chegaram as traduções das notícias de Portugal, a novidade saltou de mail em mail. As bocas abriram-se de espanto. Um alarido...
A Dra. Manuela, diziam as notícias, tinha dito na televisão que TGV nem vê-lo, que só servia para os centros de decisão fugirem a Alta Velocidade para Madrid.
Mas como poderia isto ser?
Mas, então, não tinha sido a mesma Dra. Manuela que, em 2003, tinha considerado o TGV uma prioridade e que, inclusivamente, tinha batido o pé por mais fundos comunitários?
Não era, pois, intenção do autor fazer referência à entrevista mas sim à contradição. Que agora venha com esse argumento tardio tentar salvar o arrazoado é perfeitamente inútil: é dar à linha de raciocínio uma dimensão fulcralmente diferente e em nada invalida o que os tais leitores - entre os quais me incluo - rebateram nesse texto.

Anónimo disse...

O que faz a arteroslerose
O idade não perdoa

Anónimo disse...

Mas resulta desta noticia mais do que requentada, que Ferreira Leite assinou alguma coisa? Não me parece.

E, já agora: estar satisfeita com o aumento da taxa de comparticipação comunitária, não quer dizer que se manifestou satisfeita pelo aumento da participação financeira exterior, diminuindo a nacional, defendendo os interesses nacionais?

E mais uma coisinha: repararam que na noticia, Ferreira Leite fala, já então na necessidade de "contenção da despesa"?

Ou seja, na verdade, a notícia não contradiz Manuela Ferreira Leite no que ela diz hoje. Aliás confirma-a.

João Magalhães disse...

Caro JV
Entendamo-nos: na altura, em 2003, o "país estava de tanga" e galopava alegremente para um défice de quase 7 por cento. Uma maravilha...
E entendamo-nos sobre outro aspecto fundamental: o TGV é um investimento pesado em todos os aspectos (estudos, financiamentos, construção...) e não é aceitável que este tipo de investimentos estruturantes sejam sujeitos a oscilações de humor de quem nos governa. É isso que mina a nossa credibilidade interna e internacional, com efeitos nefastos na economia (como podem as empresas planear seja o que for) e nas condições financeiras (quem empresta dinheiro a malucos?).

João Magalhães disse...

Caro leitor anónimo
De facto, esta notícia confirma mesmo muito acerca de Manuela Ferreira Leite. Veja: o TGV é uma prioridade, mas não se deve fazer.
Faz lembrar o Marcelo sobre o aborto: é legal? não. Mas pode-se fazer? sim.
O TGV é prioriritário? É. Mas deve-se fazer? Não.
Muito esclarecedor, mesmo...

Anónimo disse...

O TGV é prioriritário? É. Mas deve-se fazer? Não.
Muito esclarecedor, mesmo...


Gostei dessa.

É describilização a todo o cumprimento do terreno.

É a S. Caetano no seu melhor

e quando cair a "bomba" !!!

Ze Bone

Anónimo disse...

João Miguel Magalhães Abrantes,


Marcelo falava em coisas contrárias exactamente no memso tempo no mesmo quadro legal e social. Ao contrário, entre a noticia aqui colocada e a data de hoje passaram SEIS ANOS e vivemos uma gigantesca crise económica mundial. Há toda uma diferença.

E outra coisa: esta noticia não diz que MFL tenha assinado alguma coisa relativa ao TGV e segundo se diz no post era objectivo da sua publicação mostrar que MFL tinha mentido quando disse que não assinou. É só um detalhe, mas é o detalhe entre a verdade e a mentira.

João Magalhães disse...

Caro Anónimo
Hoje há uma "gigantesca crise mundial" e é por isso mesmo que todos, repito, todos os países estão a fazer investimentos para que dela se saia o mais rapidamente possível.

Anónimo disse...

João Magalhães, o que aqui vale tal e qual o mesmo que "caro anónimo",

Insisto: onde é que a noticia de 2003 que aqui colocaram desmente o que Manuela Ferreira Leite tem dito agora, em 2009, sobre o assunto? E onde é que mostra que assinou algma coisa?