- — Está lá? É a Dr.ª Manuela? Como está?
— Estou sim. Sou sim. Assim-assim.
— Preciso de si para salvar a Pátria!
— Pois sim...
— A sério! A Pátria precisa de si!
— Ah, sim? A que horas?
[...]
(Duas horas depois:)
— Não sei, Pacheco, não sei mesmo... E, depois, há aquela estopada dos comícios!
— Não seja por isso, Dr.ª Manuela. A gente arranja quem a substitua. Já ouviu falar daquele nosso deputado que afinal só o é durante as férias parlamentares? Habituadinho a que lhe façam a papinha toda, é o que é! Chegou a altura de levar com uma campanha eleitoral em cima, não acha? Connosco não faz farinha!
— Não faz, não... Mas não sei, Pacheco, não sei mesmo. E o meu lugarzinho aqui no Banco, não o perco?
— Não, Dr.ª Manuela, não perde. A gente trata disso.
— Eu quero acreditar, Pacheco, mas, mesmo assim, será difícil não andar preocupada. E não poderei vir cá todos os dias, para me certificar...
— Eu vou-a informando. Poderei deixar-lhe diariamente uma mensagem discreta no meu blogue.
— Seria óptimo! E como poderei identificá-la?
— Deixe cá ver: Santander... Santander... Já sei! Sant’Amaro. É isso: por muito tempo que passe, Dr.ª Manuela, enquanto vir lugares vagos num banco do jardim de Santo Amaro, poderá ficar descansada.
[...]
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