terça-feira, junho 23, 2009

Leituras

• Pedro Adão e Silva, “Estes economistas, para quê?”:
    Perante tantos motivos para mobilizar o espírito crítico, o grupo dos 28 propõe que, perante uma crise com uma extensão com poucos termos de comparação, o país pare para fazer uma reavaliação e que suspenda os investimentos públicos em grandes obras. Ora face à crise que vivemos, parar é um luxo que não nos é de facto permitido, como aliás revelam várias instâncias internacionais. Por todas, vale a pena recordar a opinião recente de um conjunto de peritos do FMI sobre a política orçamental adequada para responder à crise. Em primeiro lugar, os Governos devem assegurar que não há cortes nos programas já existentes por falta de recursos; em segundo lugar, os programas que haviam sido adiados ou interrompidos por falta de recursos ou por considerações macroeconómicas, devem recomeçar rapidamente; finalmente, tendo em conta que o recurso ao crédito por parte dos privados se tornou bem mais exigente, o Estado deve aumentar a sua participação nas parcerias público-privadas, de modo a assegurar que os projectos se realizam. O que, por sua vez, gerará emprego (uma urgência social e económica) e oportunidades de investimento privado. Ou seja, tudo exactamente ao contrário do que nos é proposto pelos 28. Uma segunda preocupação do manifesto remete para o risco de, com os investimentos programados - que aliás já foram revistos em baixa sucessivamente -, estarmos a estrangular o futuro da nossa economia. Como lembrava no seu ‘blog' Pedro Lains, esta perspectiva assenta num duplo equívoco. Por um lado, com a integração económica, Portugal não existe autonomamente, mas apenas como uma região pobre da Europa. Por outro, as regiões pobres das zonas ricas devem ser mal-comportadas financeiramente, como revelam vários exemplos de ‘catch-up' com sucesso. É por isso que, perante a crise, e tendo em conta o nosso carácter pobre e periférico, o que precisamos é de economistas que olhem para o futuro, não ficando presos às vias tradicionais que manifestamente falharam. Se essa reflexão vier de quem participou de modo mais ou menos activo nos falhanços dos últimos 35 anos, tanto melhor.

2 comentários :

os sem vergonha disse...

Tambem penso o mesmo. Esses e mais alguns levaram este País à bancarrota. Gente sem ética,moral e sem vergonha para indicar qualquer caminho, já que o caminho que percorremos era o deles... e todos sabemos como terminaram.

Esses "icunumistas" pertencem ao portugal dos pequeninos.

Francisco Clamote disse...

Sem vergonha não é o autor do comentário antecedente, mas antes os tais "economistas" que, em época pre-eleitoral, não se coibiram de vir em apoio da defensora do "Pára tudo". E, já agora, "empatas".