- Quando leu a manchete do "Público" dando conta de uma alegada vigilância ilegal a mando do PS aos assessores do Presidente o que pensou?
- Que longe está o "Público" do jornal que vi nascer e de que tenho orgulho em ter colaborado. O "Público" que conheci não fazia uma manchete em conluio com alguém que a coberto do anonimato lança uma acusação gravíssima e difamatória.
- Mas não coloca a hipótese da história ter sido inventada.
- Não sei, fontes anónimas são fontes anónimas.
- Se a Presidência não considerasse a suspeita fundamentada teria desmentido a notícia?
- Registo o silêncio da Casa Civil.
- Com que conclusão?
- Que a Casa Civil prefere estar silenciosa. Porquê? Não sei. Há a hipótese de entender que o episódio e intriga são de tão baixa natureza que não merecem a sua atenção.
- Como estão relações com o PR?
- Do ponto de vista do Governo estão como sempre: respeito absoluto pelas competências do PR, atenção minuciosa a todas as suas palavras, cooperação institucional sem falhas.
- O vice-presidente do PSD, Aguiar Branco, diz que todas estas notícias deveriam ser investigadas. Concorda?
- Tenho muita pena que um ex-ministro da Justiça embarque nessa linguagem. Não compreendo como um democrata faz um raciocínio destes. Se alguém, sob anonimato, denunciar que eu roubei alguém tem de vir o Ministério Público investigar? Investigações judiciais fazem-se como sequência de intrigas políticas?
- Isto não passa de intriga política?
- Estou a referir-me aos supostos factos que implicariam que a Presidência estivesse sob vigilância por ordem do Governo. Apresentando como prova que um assessor do primeiro-ministro se teria sentando numa mesa que não lhe estaria reservada durante uma visita do Presidente à Madeira. Se o ridículo matasse...
- Sobrevaloriza o mensageiro, o jornal, e desvaloriza o silêncio da Presidência. Porquê?
- Para terminarmos este capítulo, noto que nenhum dos senhores fez a pergunta óbvia: este Governo mandou vigiar a Presidência? Este é um Governo democrático, constituído por homens e mulheres honestos, e não por um bando de criminosos. Porque colocar alguém sob vigilância, sem mandato judicial expresso é crime. O que temos é uma manobra de intriga política da mais baixa natureza.
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