‘E como é que se financia o Estado Social? Por lógicas redistributivas, em que o dinheiro de todos, mas sobretudo das classes média e alta, captado por impostos progressivos, financia um sistema universal que serve todos, assistindo os mais desfavorecidos. A solidariedade inter-geracional está na origem do nosso sistema de segurança social. Pagamos com o nosso trabalho as reformas de quem já não trabalha, como no futuro outros pagarão as nossas.’
‘Há dias, quando nos surgiu aquele número acima da água, resvés mas acima da água, os tais 0,3%, ainda desconfiei. Eu, números, só palpáveis. O que é um número palpável? É o que leva uma trabalhadora da Dura, de componentes de automóvel, na Guarda, a um suspiro de alívio, porque não vai haver mais lay-off (outro suspiro: "Até já há colegas a fazer horas extraordinárias.") Outros suspiros palpáveis, no mesmo telejornal, os dos trabalhadores da Autoeuropa, ao saberem que já não haverá os ameaçados quatro dias de lay-off em Setembro…’
‘Blogues, Podcasts, Flickr, YouTube, Twitter e outras ferramentas similares operaram uma colossal transferência de poder no espaço mediático. Não só qualquer um pode agora tornar-se emissor se tiver algo para dizer, como consegue blindar eficazmente o seu espaço privado contra a invasão de mensagens publicitárias. Os cidadãos e os consumidores conquistaram poder e usam-no em função dos seus interesses. Sobra cada vez menos espaço para a publicidade intrusiva.’
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