terça-feira, dezembro 29, 2009

Aprender até morrer



Atentai leitores do CC - quem matou as "micro e pequenas empresas" que se dedicavam à venda de computadores portáteis não foi nem a Fnac, nem a Worten, nem a Vobis, nem o MediaMarkt, nem o Corte Inglés, nem... Não senhor, quem os matou foi o Magalhães. Assassino!

9 comentários :

MFerrer disse...

E quem matou o pequeno comércio dos livros foram as editoras de livros escolares. Não foi a Fnac que já detém mais de 40% do mercado nacional, não senhor!
E a fruta portuguesa que apodrece debaixo das árvores é culpa da fruta importada? Não será dos que a importam, das Sonae, dos Jerónimos Martins...
Dos que apenas procuram o lucro imediato e sem regras?
Quantas livrarias já encerraram no País?
Quantas sapatarias?
Quantas fábricas de tudo e mais alguma coisa?

PBL disse...

Caro Magalhães:

Admira-me que, não sendo a mesma pessoa que diz chamar-se Abrantes, lhe siga os truques...

Coloquei no post anterior algumas questões e a sua resposta foi: um novo post! Não acha que está gasta essa estratégia da fuga em frente, com carradas de posts ocos e vazios?

PS - cumprimentos ao Afonso - espero que esteja melhor - e diga ao Miguel que não é preciso dizer nada sobre o moço do Eurojust: o silêncio é de ouro.

João Magalhães disse...

Caro PBL
Estive a rever os comentários do post anterior e, de si, apenas li um conjunto de bitaites sem qualquer sustentação.
Cumprimentos.

PBL disse...

Caro Magalhães:

E qual foi a parte dos meus comentários que não percebeu, para eu lha explicar de outra forma?

João Magalhães disse...

Caro PBL
Enchi-me de paciência e reli novamente o seu comentário. Aponta quatro problemas ao Magalhães, todos eles sem sentido. Ora porque baseados em casos minoritários (um problema de tradução nas instruções de um das dezenas de jogos da versão de software livre!!!), ora apenas wishful thinking (saco azul e UE), ora coisas vagas (mal planeado? o que quer isso dizer), ora corporativistas (formação de profs? mas serão os profs uma cambada dce idiotas que não sabem usar um computador como instrumento pedagógico? e os livros, sabnem? e os materiais multimedia, sabem?). Veja lá se arranja melhores argumentos. Já reparou que os Magalhães são azuis poor fora? Não acha isso suspeito? Não quer discutir também isso?

PBL disse...

Caro Magalhães:

Agora que já fez o TPC, posso então, se V. Ex.cia não censurar, concretizar:

1. O conteúdo multimédia dos Magalhães foi aleatorimente escolhido e tinha erros

Para além do facto de ter material mal traduzido, como disse e muito bem, tal facto comprova que não houve revisão do que lá metiam dentro - ora material pago pelo estado e entregue a crianças merece tal desiderato. Há um post no Blog De Rerum Natura sobre o assunto...

2. Saco azul

Se o "modelo de financiamento" (gosto destes termos - fazem lembrar a Mafia ou uma organização terrorista) da aquisição dos Magalhães era bom, porque foi a nova Ministra acabar com ele? Porque foi o concurso feito de modo a que só uma empresa com ligações suspeitas e problemas de fisco pudesse apresentar proposta e ficar os milhões?

3. Falta de planeamento

Como muitas coisas na legislatura anterior, uma ideia boa, por mau planeamento transformou-se numa trapalhada. Custva muito obrigar as famílias assinar um papel a impedir a venda dos PC's? Não deveriam primeiro ter verificado se a electricidade das Escolas aguentava com os portáteis ligados (não, não chega em 99% das Escolas e as crianças não os carregam muitas vezes...)? Custava ensinar os professores a usar as ferramentas úteis (que as há) no PC com boa formação?

4. Argumentos corporativistas

Então os professores, que, nalguns casos deram dezenas de horas para:
- explicar aos pais o que era o Magalhães;
- preencher a muitos pais os papeis;
- explicar por que motivo nunca mais chegavam (explique-me lá porque ainda falta entregar 7.000 ou mais Magalhães do ano passado...?!? Eu tenho em casa uma criança que preencheu tudo correctamente e, apesar de duas idas à DRE, ainda não sabe quando o recebe...)
- receber (ir buscar...) nas Escolas Sede os Magalhães;
- entregar os PC e explicar as regras;
- tentar marcar uma aula (depois de todas as crianças terem recebido - em muitas escolas NUNCA);
- dar um aula recorrendo a software específico que depois não funcionava nalguns computadores;
- entrar em desespero porque alguns pais deixavam os alunos só a brincar com os Magalhães, deixando de haver outras tarefas.

Depois disto tudo, que pode considerar queixas corporativas, há o facto de alguém dizer "formação de profs? mas serão os profs uma cambada dce idiotas que não sabem usar um computador como instrumento pedagógico?" Usar um computador na óptica de utilizador ou para fins pedagógicos são coisas muitos diferentes - decerto o Sr. Magalhães já tentou usar software de ensino de Matemática e ao fim de 5 minuto estava com 20 crianças aos pulos a fazer tudo o que era necessário - ou NÃO?

PS - ha mais umas coisitas (por acaso gosto da cor azul por fora...) mas de certeza que, depois de rebater os meus argumentos, terei todo gosto em explicar-lhas...

Ze Maria disse...

Isto chega a parecer praga. Num país pequeno demograficamente decadente ainda vão sobrando uns "pascácios" que se convenceram que é a dizer mal de tudo e de todos que se constrói alguma coisa. Fácil é apontar erros, mesmo que para tal se recorra a mentiras ou meias verdades, difícil é apontar o erro indicar caminhos para a sua correcção e solução. REALMENTE a maledicência GRATUITA - que estes "bardamerdas" insistem em confundir com critica -será sempre a arma dos canalhas...

João Magalhães disse...

Caro PBL
De todo o software que é fornecido com o Magalhães, apenas as instruções de um das dezenas de jogos de software livre (grátis!) tinha erros de português. Em contrapartida, há dezenas de aplicações pedagogicamente interessantes. Quer continuar a discutir o tal erro?
O ministério da Educação lançou um concurso público para a 2.ª fase dpo Magalhães porque as contrapartidas do Fundo para a Sociedade da Informação para este programa foram esgotadas na primeira fase.
Quanto ao planeamento, houve, de facto, alguns problemas. Mas,´na próxima iniciativa do género, o Governo poderá acatar a sua sugestão: planear, planear muito, e entregar os computadores aos fim de uns anos. Recordpo-lhe que os Fundos que deram a origem ao e.escola foram gerados pelos concursos UMTS, no ano 2000, e apenas começaram a ser usados, por este Governo, em 2007. Ou outros governos devem ter andado a planear...
Já sobre os profs... olhe, para os discursos dos mártires já dei.

PBL disse...

Caro Magalhães:

Devagar, devagarinho, vai entendendo tudo - vê que consegue!

1. O facto de um software estar cheio de erros indica uma coisa muito simples que põe tudo em causa: não houve revisão (pedagógica, científica, ortográfica ou outra) do que lá foi colocado. Ora colocar nas mãos das crianças coisas não revistas indica apenas pressa (preparação de um ano de eleições...) e que o projecto era apenas, como de facto é, eleitoral (e veremos se o dinheiro não escoou por outros locais).

2. A 2ª fase é diferente porque se gastou o dinheiro da primeira - brilhante!

3. "Quanto ao planeamento, houve, de facto, alguns problemas." Vê como concordamos...! Alguns problemas é um eufemismo: muitos computadores vendidos na Feira da Ladra, escolas sem os puderem usar, as DRE que não conseguiram gerir as bases de dados, ausência de formação para 99% dos professores, ausência regras básicas para pais e encarregados de educação, impossibilidade de uso em contexto de aula, desaparecimento de hábitos e método de estudo em percentagem significativa de alunos de 1º Ciclo, fantochadas nas formações dos professores TIC dos Agrupamentos (as americanas formadoras que pensavam estar na América Latina e mandaram fazer Filmes em Louvor do Magalhães), entregas só para fotografia de Magalhães (que depois dos fotografos sairem eram roubados às crianças), e isto só num pequeno e breve resumo...

4. "Mas,´na próxima iniciativa do género, o Governo poderá acatar a sua sugestão: planear, planear muito, e entregar os computadores aos fim de uns anos" Talvez uns anos seja um exagero - agora fazer tudo sem revisão, sem critério pedagógico, sem formação, sem concurso internacional aberto a todos, parece-me também um bocadinho de exagero.

5. "Recordpo-lhe que os Fundos que deram a origem ao e.escola foram gerados pelos concursos UMTS, no ano 2000, e apenas começaram a ser usados, por este Governo, em 2007" E deveriam ser usados para estes fins, mas em contexto escolar, com bases sólidas e não para criar uma geração que não sabe escrever à mão e só sabe usar o Google para pesquisar e fazer trabalhos "copy&past" e o Messenger para namorar, erros que iremos pagar bem caro.

6. "Já sobre os profs... olhe, para os discursos dos mártires já dei." Ai sim - quando? Espero que seja mentira, pois aqui, ouvi dizer, quando se fala de um grupo professional é só para dizer mal.

7. Fico contente que todos os restantes argumentos tenham sido entendidos e não precisem de nova explicação.

PS - cumprimentos ao Afonso e ao Miguel - votos de bom ano...