- ‘(…) há um atalho muito comum por cá. Não havendo ponta legal por onde pegar o investigado (porque não há ou por o investigador não ter unhas), trama-se uma fuga. Escutas telefónicas no YouTube, por exemplo. Mas sendo esta crónica sobre investigadores judiciais, fujo ao assunto. Já estou no domínio dos profissionais falhados. E sobre estes só há isto para dizer: não há pior do que impotentes com poder.’
- ‘Só que a crise não teve nada de acidental. A partir dos anos 70, o sistema financeiro dos EUA, deixado à solta pela desregulamentação e por um clima político em que a ganância era vista com bons olhos, entrou numa vertigem cada vez mais descontrolada. Davam-se recompensas cada vez maiores - prémios muito além dos sonhos mais desbragados - a banqueiros capazes de produzir enormes lucros a curto prazo. E a melhor maneira de aumentar esses lucros era acumular dívida, impingindo empréstimos ao público e ganhando cada vez mais espaço de manobra no sector financeiro.
Mais cedo ou mais tarde, um sistema com estas características tinha de rebentar. E, se não fizermos mudanças fundamentais, a história vai repetir-se. Será que os banqueiros não percebem mesmo o que aconteceu, ou estarão apenas a proteger os seus próprios interesses? Como eu disse, o importante é que tenhamos presente que não devemos dar ouvidos aos financeiros quando está em causa a reforma financeira.’
1 comentário :
".. o importante é que tenhamos presente que não devemos dar ouvidos aos financeiros quando está em causa a reforma financeira.’.."
Parece que isto se deve aplicar a todas as corporações!!! Juízes, MPs, professores, funcionários públicos etc......
Enviar um comentário