sábado, janeiro 16, 2010

"Situação explosiva" (ou a inventona de Belém revisitada)




Uma coisa é absolutamente certa: o artigo de Fernando Lima, a coisa mais empastelada que li nos últimos tempos, foi passado a pente fino em Belém antes de ser enviado ao Expresso. Portanto, tudo o que ali é dito tem a aprovação implícita do Presidente da República.

Um primeiro facto que salta à vista é que Fernando Lima voltou a mudar de funções e o país não sabia: depois de ter sido removido de assessor de imprensa e colocado, tempos mais tarde, como assessor do chefe da Casa Civil, Lima assina o artigo como “assessor político de Cavaco Silva, ex-assessor de imprensa”.

Lima continua a bater na tecla de que a colaboração de assessores de Cavaco na elaboração do programa eleitoral do PSD não correspondia à realidade, tratando-se portanto de uma “falsa acusação” de “alguns deputados do Partido Socialista”. A notícia foi divulgada pelo Semanário, o site do PSD publicou-a e o Sol fez uma alusão à transcrição da notícia no site.


Jugular


Sublinha Lima que essa “falsa acusação” mereceu da sua parte uma resposta irada, ditada pelo absurdo das questões, que o Público transformou «em "suspeitas gravíssimas" veiculadas por "fonte oficial"». Se José Manuel Fernandes fez “explodir a armadilha e ela funcionou”, como entender que: Acresce que, neste deprimente artigo, Lima não dá resposta às questões que ficaram por responder, mas coloca mais uma pedra sobre os túmulos onde repousam José Manuel Fernandes e Luciano Alvarez: o “suposto e-mail” de Alvarez é considerado “tão estranho e despropositado que não deveria ter suscitado mais do que um impulso de rejeição enojada”, é posta em causa a ocorrência do encontro secreto na Av. de Roma (“a suposta conversa pessoal”), etc., etc..

Num contexto em que os autores materiais da inventona de Belém são abandonados à sua sorte, só resta a:
    • Luciano Alvarez apresentar publicamente a prova do crime, o dossiê que lhe foi dado por Fernando Lima na Av. de Roma (e ao qual faz alusão no mais extraordinário e-mail que li até hoje); e
    • José Manuel Fernandes publicar um artigo com “A minha verdade”, nem que seja com um único período — “quem se lixa é o mexilhão”.

11 comentários :

Anónimo disse...

Grande Post

Zé Boné

Anónimo disse...

excelente analise sobre um artigo de lima miseravel, quase tanto como intervenção do venerando de 29de Setembro...
Para mim, acho que Lima - Cvaco são as faces de uma mesma "moeda"
e na minha opinião foram muito "fixes"...r+
que não percam suas - deles - musa inspiradora...
abraço

Ze Maria disse...

É a (in)gestão mal feita de silêncios que o deveriam sobretudo ser. Melhor...Não ter sido.

Anónimo disse...

Lima diz com todas as letras que foi o Alvarez e o Fernandes que inventaram a tramóia. Ao sindicato dos jornalistas só resta retirar a carteira a estes dois "jornalistas".

Anónimo disse...

— “Não quero saber se há escutas ou não há. A verdade é que as pessoas sentem que há” MFL


É óvio q Ferreira Leite sabia q Sócrates estava a ser escutado e, na esteira da sua politica de verdade, insinuou perante o pais inteiro que era o Sócrates que andava a escutar os outros.

Não há memória de pulhice tão grande. Protagonizado por Ferreira Leite! Quem diria.

Miguel Abrantes disse...

Um abraço, Zé Boné!

Jose Nunes disse...

Tudo começa a perceber-se e tudo indicia que foram praticados actos de extrema gravidade.Como é possível que o assessor Lima continue a ser pago pelos contribuintes??Quanto ao outro temos que o gramar durante mais um ano.

Anónimo disse...

E falta tamém uma coisa: saber quando e como é que o Marcelino do Diário de Noticias obteve cópia do mail que publicou.

Anónimo disse...

Excelente

@G_L

Anónimo disse...



Zè Boné

Anónimo disse...

Pois eu também gostava de saber quem é que deu a papelada ao Marcelino, aquele que é empregado do amigo Oliveira
Parecem-me muito susceptíveis a Belém.Em demasia.
E que tal virarem essa vigilância toda contra os bárbaros que cá meteram?E que andam por aí sem controlo nenhum?Como no Haiti?