sexta-feira, fevereiro 12, 2010

A irresponsabilidade na primeira página



Estamos no melhor dos mundos.
O sistema de Justiça falhou, da política nem se fala. Mas, felizmente, temos os jornalistas na primeira linha de defesa do estado de Direito. Certo?
Não. Errado.
Tudo está mal, muito mal, quando um jornal que se afirma de referência e deveria ter na sua agenda a prioridade de reconstruir a sua credibilidade, faz uma manchete como esta.
Censura prévia é uma realidade do domínio da política. Existiu em Portugal e existe ainda em alguns países.
Providências cautelares são do domínio da Justiça. Existem em Portugal, como no resto do mundo. São desencadeadas frequentemente na área dos média, e Portugal não tem sido excepção.
Que um jornal de referência cometa a irresponsabilidade de tudo confundir e depois ainda venha queixar-se dos políticos e da justiça, eis a miséria a que chegámos.

12 comentários :

Domain.You disse...

O pior é a fotografia do Sócrates. Como quem diz: foi o Sócrates que censurou.

Anónimo disse...

E ainda houve quem pensasse que com a saida do outro aquele pasquim ia melhorar

Anónimo disse...

o pasquim continua o pasquim. já não há qualquer esperança e vai mesmo pelo cano.

Anónimo disse...

1. É ou não verdade que, o alegado plano de José Sócrates para controlar a comunicação social foi liminarmente rejeitado pelos mais altos representantes da justiça?

2. É ou não verdade que, um despacho assente em indícios não é, por si só, um facto que impute qualquer crime ou ilegalidade sobre os acusados?

3. É ou não verdades que, têm existido, consecutivamente e cirurgicamente colocadas, fugas do segredo de justiça prejudiciais a José Sócrates?

4. É ou não verdade que, o despacho emanado de Aveiro é subjectivo e fruto de uma interpretação e convicção dos investigadores e magistrados?

5. É ou não verdade que, o PGR já considerou, analisando todo o processo relacionado com este despacho, que não havia matéria de facto para suportar qualquer possibilidade de crime?

6. É ou não verdade que, o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, após análise integral das escutas onde intervinha José Sócrates, já declarou que não havia matéria de facto que permita suportar qualquer crime sobre o 1º ministro?

7. É ou não verdade que, se pode manipular a interpretação e compreensão dos factos através da publicação truncada e selectiva de escutas?

8. É ou não verdade que, o jornal Sol foi cúmplice da violação do segredo de justiça e alinhou na publicação de uma teoria conspirativa assente em interpretações subjectivas e abusivas de escutas que a justiça, ao mais alto nível e após uma análise de todas peças processuais, já disse não conterem nenhuma matéria de facto relevante?

9. É ou não verdade que, da leitura da peça jornalística do jornal Sol, mesmo assim, não se pode inferir, a não ser por uma compreensão subjectiva dos factos, uma interferência do 1º ministro em qualquer plano de compra ou controlo da comunicação social?

10. É ou não verdade que, o nome de José Sócrates só aparece ligado a este alegado plano porque os intervenientes neste negócio são ou foram militantes do partido socialista?

11. É ou não verdade que, um negócio deste tipo implica negociações complexas, jogos de bastidores, conjugação de interesses, processos de intenção e outras coisas mais que, só quem não vive neste mundo, pode achar estranho as conversas entretanto reveladas pelas escutas?

12. É ou não verdade que é legítimo e faz todo o sentido que uma empresa privada como a PT, com interesses óbvios no sector da comunicação social, pretenda, havendo oportunidade de negócio, adquirir outras empresas na área da comunicação social?

13. É ou não verdade que, os administradores da PT já negaram qualquer interferência do 1º ministro nesta intenção de negócio?

14. É ou não verdade que, os principais intervenientes nas escutas já disseram que o 1º ministro não teve qualquer interferência no desenvolvimento deste negócio?

15. É ou não verdade que, o 1º ministro já negou qualquer instrução ou recomendação de compra da Media Capital, por parte da PT?

16. É ou não verdade que, o negócio que estava por detrás do alegado plano de controlo da comunicação social não se concretizou?

17. É ou não verdade que, José Eduardo Moniz saiu da direcção da TVI por sua exclusiva vontade e que actualmente exerce funções de administrados numa empresa que controla a TVI?

18. É ou não verdade que, o Jornal Nacional só continuava no ar porque o marido da sua apresentadora era o director da TVI?

19. É ou não verdade que, apesar de ser conhecida a agenda oculta do director do Jornal Público, José Manuel Fernandes saiu da direcção do jornal Público por sua exclusiva vontade?

20. É ou não verdade que, desde o caso da licenciatura de Sócrates, há um conjunto de gente convencida que José Sócrates não tem carácter e que por isso, mesmo que não se o consiga provar, deve ser culpado de tudo o que o acusam?

MAT

Anónimo disse...

Um Juiz decide uma providência cautelar do SOL para defender o bom nome de um cidadão. O SOL marimba-se para o Juiz. O SOL esgota. Mas quer ler o SOL? Vá ao site do Sindicato dos Juizes que ao publicar as escutas marimba-se, também, para o colega Juiz.
E se fossem apanhar na real ...?

Alexandre Carvalho da Silveira disse...

Aqui sabem o que é a liberdade de imprensa? Esta argumentação tão formal, faz-me lembrar os tempos da outra sra. A devoção canina que determinadas pessoas teem ao 1º ministro é igualzinha á devoção canina que os salazaristas tinham pelo Salazar. Poder de critica: zero. O Sol desobedeceu à ordem do tribunal; e então? entendeu que ointeresse publico era mais importante. E agora assume a responsabilidade.

Helder disse...

O SOL só esgotou pq o povo comprou os jornais todos para forrar fundos de gaiolas.
Isto está de tal maneira que só com um sócrates em cada esquina é que esta malta entrava na linha.

Anónimo disse...

Qual é o partido politico que há uns tempos mandava os seus militantes tirar o curso para juizes?
É o que se diz...

Anónimo disse...

O sr PGR deve dar cópia dos seus DESPACHOS ADMINISTRATIVOS (não judiciais), ao abrigo da LADA e do CPA!

E tudo ficaria claro...

Anónimo disse...

Não sei onde foi buscar a ideia de que censura prévia é uma realidade politica...
Obviamente que em todos os sitios onde existe censura institucionalizada esta é aplica por poderes judiciais. A providência cautelar, mesmo que legitima e legal, é de facto uma forma de censura prévia.

JVS disse...

Concordo que além da crise real que o país atravessa existe uma crise muito grande nos "valores" e "ética" na "comunicação social". Só por ignorância se trata um caso (e muitos outros que passaram estes anos na CS) assim... Porra afinal quem é que tem o poder de julgar é o tribunal ou a CS? Tudo isto para vender jornais arranja-se polémicas em tudo quanto é sítio mas não concordo que se esteja constantemente a pôr a justiça em causa só porque as decisões não agradam a alguns cuja responsabilidade está longe de se ser jurídica e mesmo o sentido de justiça dessas personagens é dúbio pelas mais diversas razões (Cor partidária ou cor futebolística..). Se repararem são quase sempre os mesmos a malhar sempre nos mesmos. Acho muito grave a comunicação social estar constantemente a fazer desacreditar a justiça porque acaba por influenciar as pessoas para uma realidade para a qual não têm o minimo de conhecimento/experiência para julgar ou por em causa. E também é muito grave a CS ter acesso a ocasionais fugas de informação de processos judiciais que envolvam determinadas pessoas que no fundo são cidadãos como qualquer outro perante a lei e muitas pessoas esquecem-se que ninguém aceitaria ser julgada na imprensa como são algumas pessoas. Acredito que haja muitas "ovelhas negras" dentro do sistema judicial mas quem está lá dentro é que tem que correr com essas pessoas e cabe ao PR (na hipótese mais coerente) ou recorrer a algum orgão internacional "isento" que intervenha...

Manuel Buiça disse...

È verdae ou não é verdade que o consumo de psicotrópicos, drogas para os mais distraidos, provoca alucinações, e leva as pessoas e dizerem que viram coisas, assim...tipo imaginárias?