quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Quando a 'golden share' da PT mandava efectivamente na informação


Houve um tempo em que a PT interferiu, de facto, na informação em Portugal.

José Leite Pereira, director do Jornal de Notícias, recordou-o na Assembleia da República: "Granadeiro pediu-nos para, antes de publicarmos artigos sobre a PT, o avisarmos".
E José Leite Pereira lembrou ainda que, nessa altura (o director do JN escusou-se hoje a adiantar mais pormenores, mas a história já foi contada mais que uma vez), Rui Rio tentou afastar a direcção do jornal.


Ora o militante social-democrata Henrique Granadeiro foi presidente da Lusomundo Media (resultante da compra da Lusomundo pela PT), entre 2002 e 2004.
E quem estava no governo nessa altura? Precisamente: Durão Barroso e Santana Lopes, não menosprezando Paulo Portas.
E quem fez parte desses governos? Por exemplo, Luís Marques Mendes, José Pedro Aguiar-Branco e Paulo Rangel.
Sim, os mesmos que hoje se rebelam contra a golden share do Estado na PT nunca se incomodaram muito com a sua existência nesse tempo.
E, pelos vistos, a golden share da PT foi-lhes muito útil para controlar a informação. Sim, porque para além das tentativas de afastar a direcção do JN, foi ainda nesse tempo que Fernando Lima saiu directamente da assessoria de imprensa do ministro Martins da Cruz para a direcção do Diário de Notícias e que a direcção de Carlos Andrade foi demitida na TSF para dar lugar a uma rádio com noticiários de dois minutos e canções melosas dos anos 60. Tudo à sombra da golden share da PT.
Não têm saudades desse tempo, drs. Mendes, Aguiar-Branco e Rangel?

10 comentários :

Anónimo disse...

O DN hoje é que é bom. Então não é que a Manuela Ferreira Leite soube sempre do negócios entre a PT e a Prisa para compra da TVi? E mais: estava de acordo. Parto deste princípio porque se as conversas que envolvem o nome Sócrates são credíveis, as de Manuela Ferreira Leite também têm que o ser. Mas depois, a muito séria sra., resolveu alertar para o possível afastamento de Moniz, num plano maquiavélico do governo ( mas ela sabia, estava de acordo!). Ora o bom do Moniz andou a jogar com toda a gente, procurando garantir o negócio e instrumentalizou a lider do PSD a pressionar os compradores, a PT, para o manteram no lugar. Convém lembrar que ele até escreveu um comunicado na altura onde dizia que achava muito bem a aquisição da TVi por parte da PT.
É claro que os amigos do PSD sabiam todos e aproveitaram a coisa para criar um facto político em plena pré campanha eleitora. Assim todos ficavam contentes, o negócio realizava-se, o Moniz mantinha-se e ainda davam uma bicada nos xuxas. Azar.
Claro que era preciso depois aproveitar aquilo para alguma coisa. O "Sol", jornal tão sério quanto a Manuela Ferreira Leite, publica uma série de escutas e, vá lá um tipo entender, não achou por bem revelar as conversas que hoje nos são brindadas no DN. Se calhar não se ajustavam à teoria que eles procuram vender.

Anónimo disse...

certissimo!
aqui é que está a questão. E ainda por cima o Moniz, depois, foi para a ongoing...
Já alguém tinha sugerido que era preciso analisar os movimentos do Moniz.
Isto está a ficar mesmo muito giro!
Chercher la femme. A senhora vai ter que explicar umas coisas. Ou então zangar-se com o JPP e a sua estratégia perversa - o historiador m-l devia talvez agora resguardar-se um pouco e fazer umas viagens de "judeu errante" (o errante fica-lhe bem) até passar a enxurrada.
Ela sabia das escutas, o PSD sabia das escutas, o PR sabia das escutas... e a coisa foi ficando à espera. A fuga das informações sobre o negócio pode ter partido dos próprios negociadores, mas a fuga das escutas só pode ter partido do MP (de Aveiro?).
Aquela frase do JPP que, depois do PR ter decidido antes das eleições fazer aquela comunicação (a propósito das escutas a Belém), disse que não estava de acordo porque assim seria depois das eleições se saberia algo que poderia alterar o voto... devia ser investigada (é uma verdadeira maravilha da democracia não lhe terem escutado os telefonemas e os emails... uma maravilha aliás justa e que ele pelos vistos não defende para os outros).
MFL ainda tem muito a dar a Portugal: a verdade.
Pedro M

Anónimo disse...

Excelente! Bem lembrado. É isto que a pulhice temia, a lembrança dos podres que o psd foi deixando pelo caminho, como um rasto.

Ze Maria disse...

Existem alguns "bardamerda" que continuam a afirmar que o Governo queria comprar a TVI. Eles sabem que isso é falso. Sabem que o Zeca Pereira da Marmeleira, mente com os incisivos, os caninos e os molares que tem na boca, mas tal como a Gestapo dizia que "uma mentira repetida muitas vezes torna-se verdade", os iniciados nas "escolinhas sociais-fascistas sabem isto e como são estúpidos reafirmar essas teorias merdosas até à exaustão.Má fé e sobretudo falta de imaginação. O que a PT tentou comprar foi UMA POSIÇÂO NA TVI que lhe permitisse usufruir de uma parte dos conteúdos de que a MEO continua a carecer, uma vez que foram adquiridos, em tempo, pela Zon/TVCabo.(Isto disse-o Zainal Bava em entrevista à "imparcialissima" Judite de Sousa). É preciso falar mais claro, fazer desenhos ou comprar um aparelho para surdos? Porra!!!

Anónimo disse...

O.K. - os outros fizeram e fazem. E eu com isso? Sou votante, sou contribuinte e não é pelo facto de todos eles serem" chicos-espertos" que eu vou agora achar correcta a chico-espertice destes actuais.Haja bom senso.Elevem-se e elevem o nível de exigência - senão, somos todos porcos na lama, a chafurdar.

Anónimo disse...

Não é por uns fazerem e os outros também, caro anónimo das 2.51.
É que construiram um "caso" em que "condenaram" o PM e lhe chamaram coisas como mentiroso (a outra senhora, por acaso, com toda a arrogância e desfaçatez) e vai ser preciso pôr as coisas no lugar.
Não há santinhos, claro. Nem ingénuos.
Inventaram problemas de carácter (será isto política?), mas sobretudo estavam na posse de elementos e, nomeadamente de escutas (já com o segredo de justiça em violação em primeiro lugar pela senhora e quase pelo PR e quase quase pelo JPP), que não era suposto estarem. Muito matreiros, na fisgada táctica de montar uma armadilha.
Demasiadas pontas soltas porém... e nem o génio florentino do JPP é capaz de segurar tanta ponta solta e tanta gente e sobretudo segurar o JE Moniz - que é um business man político.
Claro que todos fazem tudo. Mas, já agora, quando alguém não faz escusam de dizer que faz.
Pedro M

Anónimo disse...

Além do mais, a PT estava a fazer um negócio. Ponto. Uma empresa a fazer um negócio cheio de melindres políticos, é certo, mas um negócio. E vêm as virgens falar de asfixia e falta de liberdade de expressão e a erguer a MMG, o JMF e o Crespo em mártires e vítimas... é extraordinário! E logo estes...
O negócio da PT não se concretizou. Nunca saberemos se com prejuízo ou se, em substituição a PT tentará outros.
Eu não quero saber, como contribuinte e como cidadão, quais são as melhores escolhas para os negócios da PT. Quero é que a contaminação (neste caso negativa) não manche o território da política e das liberdades. E sobretudo que não crie factos e tramoias de políticos pelos vistos até pessoalmente mal formados.
Pedro M

Anónimo disse...

ahahah ahah Agora é a MFL que está a mentir e a mentir para fugir para a frente:

do expresso on-line:
Face Oculta: Presidente do PSD diz que soube do negócio PT/TVI "no dia em que toda a gente soube"
Lisboa, 24 fev (Lusa) - A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, disse hoje que soube do negócio de tentativa de compra de parte da TVI pela PT "como toda a gente soube" e "no dia em que toda a gente soube".

Anónimo disse...

FJV a começar a sacudir a àgua do capote:
http://origemdasespecies.blogs.sapo.pt/1134546.html

Anónimo disse...

Os depoimentos na Comissão de Ética continuam a ser risíveis. Henrique Monteiro foi para lá fazer um exercício de "achismo", dizer banalidades, levantar suspeitas e atirar-se à concorrência do Expresso (aquele caso mal resolvido do Sol).
Estas sessões só servem para mais uns títulos para vender mais uns exemplares de jornais.
Realmente, é extraordinário que um jornal de referência como o Expresso (é às vezes), teve recentemente directores tão toscos: o pequeno arquitecto (uma personagem de comédia italiana, vejam-se os seus editoriais e textos on-line) e agora este.