- ‘Consta por aí, e desde há algumas semanas, que o eterno inquérito ao Freeport de Alcochete chegou ao fim. Os ingleses encerraram o processo, tendo chegado às suas conclusões, e os portugueses nada mais conseguem apurar, depois de tão arrastada pesca à linha. Consta que, seis anos depois, nada têm contra José Sócrates e que tudo se ficará, como se adivinhava desde o início, por uma acusação de tentativa de burla e extorsão contra o próprio Freeport, por parte de alguns cavalheiros de aventura, invocando para tal o nome de Sócrates. E que o mais que o processo terá conseguido apurar politicamente foi o 'crime' cometido por Lopes da Mota, de ter transmitido aos seus colegas investigadores que o primeiro-ministro desejava que o processo andasse rapidamente e chegasse a conclusões — coisa logo vista como uma insuportável "ingerência" e "pressão". Você, caro leitor, se se visse acusado de corrupção e se soubesse inocente, não desejaria que o processo se concluísse rapidamente, para limpar o seu nome? E se, ainda por cima ocupasse um cargo político, não teria mais ainda o direito de o exigir? Há alguma democracia no mundo que se possa governar com um primeiro-ministro que passa seis anos como suspeito de corrupção, enquanto o processo se arrasta com todas as delongas e o homem é julgado e executado na praça pública, através de fugas de informação para a imprensa?
Já há seis meses, o impotente PGR declarava que ele próprio estava incomodado com a demora e não entendia por que razão o processo não chegava a uma conclusão. Ninguém lhe ligou importância alguma, porque é assim que funciona o Ministério Público: em roda livre. Dois simples magistrados detêm o imenso poder de manter cativo o primeiro-ministro durante seis anos, de assim influírem directamente na política de que não fazem parte e de ignorarem augustamente os modestos desejos do seu teórico superior hierárquico. É por estas e por outras que eu já me deixei de pruridos e de cerimónias: sou pelo fim da autonomia e irresponsabilidade do Ministério Público. Hoje, já quase não tenho dúvidas de que é o primeiro passo a dar para fazer a justiça funcionar. Tão simples quanto isto.
Quem se põe a jeito expõe-se às consequências. Agora, não se admirem se José Sócrates vier perguntar se tão inexplicável demora foi para manter o processo vivo até às eleições do Outono, se foi para manter no ar o "Jornal de Sexta", de Manuela Moura Guedes, ou se foi para esperar ainda que um milagre caído do céu nos autos viesse justificar tudo o resto. Tem toda a legitimidade para o fazer.’
3 comentários :
A estratégia dos pulhas agora é dizer que Sócrates não tem condições psicológicas para Governar!
Passaram 5 anos a lançar campanhas, a atirar todo o tipo de lama contra ele..e depois dizem-nos cinica e sonsamente: ahh são muitas coincidências! Onde há fumos há fogo..quem não deve não teme, etc.
É uma estratégia do 'caraças' não é!
Monta-se o estaminé contra ele, atiro as pedras, escondo a mão, e depois digo, tipo virgenzinha: são muitas coincidências! Pois são!
Onde há fumo há fogo!
Pois há! E há também os incendiários, esses sim, os verdadeiros criminosos.
E quem não deve não teme?!
Precisamente, quando mandavam as pessoas para o madeiro para serem queimadas, no tempo da Inquisição, também diziam àqueles que acusavam de heresias: "Olha, quem não deve não teme, se tiveres a dizer a verdade o Senhor salvar-te-á das chamas ok".
..mas o Senhor não salvou ninguém das chamas, infelizmente. Foram milhares, talvez milhões de homens, mulheres e crianças que aqueles pulhas de então esturricaram nos madeiros.
Crónica de uma morte anunciada (em permanente actualização).
Elementar meu caro Watson, o homem não desiste. Por mais que queiram, o homem não desiste e isto só vai lá com eleições. Seja, lá terá que se pedir outra vez o voto ao povo (populares, como gostam as tvs de o designar) e esperar o resultado, sempre uma incógnita, e pimba! Lá ganha outra vez José Sócrates. Um... melhor mesmo é ver se desiste. Bom, agora o desgaste vai continuar através da comissão de inquérito. O Bloco a tentar escavar na esquerda do PS, o PSD a tentar impossibilitar o PM de ir a eleições desacreditando-o, o PC seguindo a política de terra queimada e o CDS, bom, ao CDS qualquer lhe serve desde que chegue ao governo. Como se chama mesmo o forte do Paulo Portas? São Julião da Barra?
As sondagens da Marktest de 16/21 de Fev. estimularam os candidatos e, vai daí, acelera-se a constituição da Com. de inquérito e anuncia-se Moção de censura, mas ó triste incerteza, a sondagem da Intercampos 23/27 Fev. coloca o PS no limiar da maioria absoluta, e, vai daí, já se põe em causa a moção censura (só se o PM confessar ???).
Miguel S Tavares tem mais que razão!
Sócrates:manda-os à merda...
Chafurdem na sua própria pusilga( espaço para porcos)!.
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