Aguiar-Branco, de bestial a besta num abrir e fechar de olhos. É a "política a sério" do pequeno grande arquitecto no luminoso Sol:
- ‘Excluindo os ex-líderes, sobram três nomes: Pedro Passos Coelho, Paulo Rangel e José Pedro Aguiar- Branco.
(…)
O PROBLEMA de Paulo Rangel é de outra natureza. É olhado como uma espécie de 'delfim' de Manuela Ferreira Leite - e o partido, neste futuro próximo, vai querer cortar com a herança de Ferreira Leite. Paulo Rangel seria como que um prolongamento do 'consulado ferreirista', com outro rosto e calças no lugar das saias.
Daí não ser ainda um bom candidato. Deixem-no estar no Parlamento Europeu - e daqui a uns anos poderá aparecer como um D. Sebastiãozinho laranja.
SOBRA, assim, José Pedro Aguiar-Branco. Não o conheço nem é pessoa com cujo estilo simpatize. Acho-o um pouco peru - e a fugaz passagem pelo Governo de Santana Lopes também não o beneficiou. Mas o seu mergulho mais recente - e insistente - na política fez-me mudar de opinião.
É um homem seguro, que diz com alguma frontalidade o que pensa, e que nestes tempos de desvario e loucura tem mostrado moderação e sensatez. Além disso, tem a vantagem de não ter andado envolvido nas lutas intestinas pela liderança do PSD, dispondo de uma imagem mais fresca, passível de despertar alguma expectativa.
LAST but not least, é um homem do Norte. É um homem com pronúncia do Norte. Um advogado do Porto. E isso poderá levar o PSD a um reencontro com as suas raízes. Não é bem o ressuscitar do mito Sá Carneiro - é qualquer coisa anterior a isso, de que o próprio Sá Carneiro já era expressão.
É um certo espírito liberal, identificado com a livre iniciativa, com o empreendedorismo, com a não dependência do Estado - que o Porto mal ou bem corporiza.
Enquanto os políticos de Lisboa são associados aos corredores do poder, às politiquices, às refeições à mesa do Orçamento, ao peso opressivo do Terreiro do Paço, os políticos do Norte não carregam consigo esse rótulo, estão mais identificados com o país não político, com a população activa e o empresariado que aceita o risco.
Por tudo isto, admito que Aguiar-Branco pode ser o líder de que o PSD precisa. E sendo este palpite naturalmente falível - até porque só o conheço da televisão - o passado diz-me que, de uma forma geral, a intuição não me engana.’
- José António Saraiva, A hora de Aguiar-Branco (15.01.2010)
- ‘PAULO Rangel só não terá ganho aqui a liderança do PSD se o partido estiver distraído.
(…)
AGUIAR-BRANCO é um homem sério, ponderado, mas tem um registo momo que não arrasta ninguém atrás de si.’
- José António Saraiva, Como vi o Congresso do PSD (19.03.2010)
1 comentário :
o rangelito ainda desiste a favor do branco para evitar a vitória do moço.
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